Espanha e Irlanda reconheceram Palestina por posição 'política' em marco eleitoral, diz França
O chanceler francês, Stéphane Séjourné, avaliou, nesta quarta-feira (29), que Espanha e Irlanda reconheceram o Estado da Palestina por um "posicionamento político", em plena campanha para as eleições no Parlamento Europeu em junho, e não para fins diplomáticos.
"A questão que se coloca hoje - e o tenho dito muito claramente aos meus homólogos espanhóis e irlandeses, especialmente - é (...): qual é a utilidade diplomática [do reconhecimento]?", disse Séjourné ao Senado francês.
Questionado pela senadora socialista Gisèle Jourda, o ministro reiterou que a França é a favor da solução de dois Estados - um palestino e um israelense - mas que ainda não está na hora do reconhecimento.
"A França não adota um posicionamento político, mas procura soluções diplomáticas para esta crise. Lamento que vários países europeus tenham se inclinado para um posicionamento político, especialmente no contexto de uma campanha eleitoral europeia, que não resolve nada", acrescentou.
"Diga-me exatamente o que mudou com o reconhecimento espanhol no dia seguinte em Gaza. Nada!", respondeu Séjourné à senadora.
Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente a Palestina como Estado na terça-feira, um gesto com o qual procuram promover a paz no Oriente Médio, mas que irritou Israel.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, acusou o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, de ser "cúmplice da incitação ao assassinato do povo judeu".
Sánchez tornou-se uma das vozes europeias mais críticas da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, em resposta aos ataques do movimento islamista Hamas em solo israelense em 7 de outubro.
Na França, que abriga a maior comunidade judaica da Europa, este conflito aumentou as tensões, especialmente em nível político.
O presidente francês, o centrista Emmanuel Macron, rejeitou na terça-feira agir por "emoção" e reconhecer a Palestina como um Estado. A oposição de esquerda exige dar esse passo, que a direita e a extrema direita rejeitam.
As eleições para o Parlamento da União Europeia estão marcadas entre 6 e 9 de junho.
tjc-cf/mb/aa/mvv
© Agence France-Presse
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