Estado de emergência é suspenso na Nova Caledônia
A França suspendeu, nesta terça-feira (28, noite de segunda em Brasília), o estado de emergência na Nova Caledônia, seu território no Pacífico, mas manteve o toque de recolher e enviou centenas de membros da Gendarmeria móvel, após duas semanas de distúrbios que deixaram sete mortos.
A Presidência francesa indicou que foram aliviadas as restrições para permitir que o partido independentista FLNKS realize reuniões e que representantes locais possam negociar a retirada das barricadas que permanecem nas estradas.
Paris impôs o estado de emergência após a eclosão de distúrbios contra os planos franceses de reformar os direitos eleitorais no território. Também enviou centenas de policiais e militares para garantir a segurança no território.
No entanto, manterá o toque de recolher das 18h às 6h, indicou o gabinete do representante do governo francês na Nova Caledônia.
O arquipélago está mais tranquilo, embora ainda haja alguns incidentes no distrito de Vallee-du-Tir, na capital Nouméa. Desde o início dos distúrbios, já foram quase 500 detenções.
O trânsito ficou interrompido pelos bloqueios e por centenas de veículos queimados, e o aeroporto principal de Nouméa permanecerá fechado até 2 de junho.
O fim dos bloqueios de estradas "é a condição necessária para abrir negociações concretas e sérias", indicou a Presidência francesa em um comunicado, no qual anunciou o fim do estado de emergência.
A Nova Caledônia está sob domínio francês desde os anos 1800, mas muitos integrantes do povo indígena kanak ressentem o poder de Paris e reivindicam mais autonomia ou independência.
A França pretende dar direito a voto para milhares de moradores não indígenas, algo que, segundo os kanak, diluirá sua influência eleitoral.
Por sua vez, o presidente Emmanuel Macron disse estar disposto a submeter a polêmica reforma a um referendo no arquipélago.
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