Adolescente que confessou ter matado família vai passar por exames mentais
O adolescente de 16 anos que confessou ter matado a família na sexta-feira (17) vai passar por exames para constatar o seu estado mental.
O que aconteceu
O Ministério Público informou que o adolescente vai passar, nos próximos 45 dias, por uma série de exames. Dentre eles, a sua cognição e estado mental serão avaliados — além da sua capacidade de convívio social.
Dos exames sairão os laudos descrevendo a sanidade do adolescente. Os laudos e relatórios técnicos são monitorados pela Fundação Casa e pela Vara da Infância e Juventude.
Os laudos servirão de base para decisão judicial sobre medidas socioeducativas. Ariel de Castro Alves, especialista em direitos da infância e juventude e ex-presidente do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), disse ao UOL que os exames definirão o tratamento adequado ao jovem na Fundação.
Legislação prevê internação por até 3 anos. Os exames constatarão quais necessidades de tratamento necessários, levando em consideração a gravidade dos atos infracionais.
Se após os 3 anos de internação, demonstrar que não pode voltar a conviver em sociedade em razão de doença psiquiátrica comprovada por laudos, que podem ser produzidos desde agora, durante a internação provisória de 45 dias, pode ocorrer como no caso do Champinha, sendo decretada pela justiça a internação psiquiátrica. Mas isso depende da comprovação de periculosidade após os 3 anos de internação socioeducativa.
Ariel de Castro Alves, especialista em direitos da infância e juventude
Entenda o caso
O adolescente de 16 anos matou pai, mãe e irmã dentro de casa na noite de sexta-feira (17), em São Paulo. Adolescente usou arma do pai, que era Guarda Civil Municipal, para matar a família. Eles foram mortos dentro de casa, na zona oeste de SP.
Ele diz que matou os pais porque estava com raiva. Adolescente contou à polícia que foi xingado de "vagabundo" pelos pais na quinta-feira (16) e ficou sem acesso ao celular e a um computador que usava. Depois da discussão, ele planejou as mortes, de acordo com o boletim de ocorrência obtido pelo UOL.
Irmã foi morta porque estava na casa, diz adolescente. Após atirar no pai, o jovem subiu ao andar superior do imóvel quando foi questionado pela irmã sobre o barulho do tiro. Após a pergunta, ele atirou no rosto da jovem, diz o boletim de ocorrência.