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EUA devem manter comércio aberto e trabalhar com China para resolver disputas, diz FMI

16/05/2024 14h02

Por David Lawder

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estarão em melhores condições se mantiverem seu sistema de comércio aberto, em vez de impor novas tarifas punitivas sobre os produtos chineses, disse nesta quinta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentando que Washington e Pequim devem trabalhar juntos para resolver suas tensões comerciais.

A porta-voz do FMI, Julie Kozack, disse em coletiva de imprensa que restrições comerciais como as anunciadas pelo presidente norte-americano, Joe Biden, na terça-feira podem distorcer o comércio e os investimentos, fragmentar as cadeias de suprimentos e desencadear ações de retaliação.

"Uma fragmentação desse tipo pode custar muito caro para a economia global", afirmou.

Kozack disse que o FMI identificou cerca de 3.000 restrições comerciais globais em 2023, em comparação com 1.000 em 2019. No pior cenário de fragmentação severa em blocos geopolíticos, isso pode reduzir a produção econômica global em cerca de 7%, o equivalente à remoção do Produto Interno Bruto do Japão e da Alemanha juntos.

"Com relação às tarifas, nossa opinião é de que os EUA estarão mais bem servidos se mantiverem políticas comerciais abertas que têm sido vitais para seu desempenho econômico", disse Kozack.

"Também incentivamos os EUA e a China a trabalharem juntos em busca de uma solução que aborde as preocupações subjacentes que exacerbaram as tensões comerciais entre os dois países."

Washington procurou justificar as tarifas acentuadamente mais altas sobre veículos elétricos, células solares, semicondutores, suprimentos médicos e outros bens chineses como uma medida preventiva para proteger as indústrias domésticas contra as políticas econômicas chinesas. Essas políticas incentivaram o superinvestimento e a superprodução nos setores, que devem desencadear uma enxurrada de exportações para os mercados globais.

Pequim prometeu retaliar as novas tarifas e acusou algumas autoridades dos EUA de "perderem a cabeça".

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