Topo
Notícias

Comerciante lamenta saque após chuvas no RS: 'Levaram tudo, até prateleira'

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/05/2024 12h31

Dona de cinco lojas na região do vale do rio Taquari, Marinez Hauenstein viu quatro delas serem destruídas pela força das chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul. A única que sobrou, na cidade de Arroio do Meio, foi invadida e completamente saqueada. Não só os itens a venda, mas as próprias prateleiras foram levadas, contou a comerciante em entrevista ao UOL News nesta quinta (16).

Tenho cinco lojas no vale do Taquari. Infelizmente, a enchente pegou quatro delas; uma com [a água chegando a] dois metros de altura e a outra, com três metros. A única loja que sobrou, e onde eu poderia continuar minha vida e trabalho, ter meu sustento e pagar funcionários, simplesmente foi roubada.

Quebraram o cadeado, tiraram a corrente que havia na porta e entraram. Até onde eu sei, foram várias pessoas que saquearam tudo. Restaram algumas prateleiras. Levaram até freezers, geladeiras, computadores, notebook e bicicletas. Também levaram duas motos de funcionárias, mas foram recuperadas.

O que eles puderam carregar foi levado, até prateleira. É muito triste passar por essa situação. Perdi quatro lojas e na que restou entraram e roubaram tudo. Se não fosse minha irmã, que também tem comércio na região e me cedeu mercadorias, não sei o que seria de nós. Marinez Hauenstein, empresária

Marinez contou que ela e o marido, moradores de Lajeado, correram para tentar salvar as mercadorias de seus estabelecimentos quando começou a chover forte no último dia 30. Parte dos produtos foi levada para a unidade de Arroio do Meio, que eles consideravam estar a salvo das águas. O casal soube pelo rádio o que havia acontecido com sua loja.

Ouvimos na rádio local que estavam saqueando uma loja de Arroio do Meio e levando tudo, mas não disseram qual era. Nós sentimos que era a nossa, por estar muito bem localizada e por ser a única daquele porte com comida, bebida, bazar...

Ligamos para prefeito, polícia e amigos, mas não rodava. Não havia internet e não enviava mensagem pelo WhatsApp. Ficamos na maior angústia, sem saber de nada. No dia seguinte, chegou uma mensagem de um conhecido, o mesmo que passou a informação para a rádio local. Ele disse que havia chamado a polícia, mas que eles não poderiam fazer nada.

Ficamos de quinta até sábado praticamente sem notícia e sem poder ir para Arroio do Meio. O que fizeram foi muito cruel. É revoltante. Marinez Hauenstein, empresária

A empresária afirmou que nenhuma autoridade pública a procurou para lhe oferecer ajuda para reconstruir seu negócio. Ela espera uma ação rápida para poder se reerguer e manter seus funcionários.

Ninguém ligou diretamente para mim oferecendo ajuda. Minha irmã foi às redes sociais e criou uma vaquinha

O capital de giro tem que ser imediato, se não os empresários daqui não conseguirão abrir e pagar seus funcionários. Fala-se de coisas que o governo está fazendo para ajudar o pequeno comerciante, mas quando isso vai chegar? Mês que vem? Quem aguentará até o mês que vem sem essa ajuda? Como posso pagar os funcionários se não vem ajuda logo para mim?

Tem que ser um capital de giro rápido, que nos possa dar estabilidade. Se for para retribuir esse dinheiro, que seja em um prazo longo. Marinez Hauenstein, empresária

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Notícias