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Sobrinha divulga carta para médico achado morto: 'Sem ter o último te amo'

 Emocionada e abalada com a perda, a jovem escreveu uma carta que comoveu quem teve acesso. - Arquivo Pessoal
Emocionada e abalada com a perda, a jovem escreveu uma carta que comoveu quem teve acesso. Imagem: Arquivo Pessoal
do UOL

Vinícius Rangel

Colaboração para o UOL

15/05/2024 04h00

A ficha da partida do homem que era sinônimo de força para a família ainda não caiu. A afilhada de Leandro Medice, 41, que tinha o médico como um pai, relatou a dificuldade em acreditar na morte dele. Emocionada e abalada com a perda, Amanda Medice, 22, escreveu uma carta que comoveu quem teve acesso.

O médico capixaba foi achado morto na última segunda-feira, 13, em um abrigo em São Leopoldo (RS). A suspeita é de que ele tenha tido um mal súbito. Leandro foi ao estado em busca de ajudar as vítimas das enchentes que já duram quase duas semanas.

Notícia abalou a família

Amanda contou que o tio estava se programando para fazer mudanças para melhorar a clínica de estética e que havia combinado de almoçar com ele nos próximos dias. A notícia chegou de forma rápida e desestabilizou todos.

É um sentimento de tristeza profunda, algo que não dá pra explicar, acreditar ainda. Eu nunca vou esquecer do momento da notícia. A minha mãe me ligou por chamada de vídeo, chorando, contando o que tinha acontecido, mas eu não tava processando, não era real aquilo. Foi bem difícil, tem sido bem difícil.

A jovem nutricionista chegou a escrever uma carta para ele:

Morrer é ridículo. Você combinou que iríamos almoçar na semana seguinte, está com planos de reformar sua casa, está preocupado com contas, com várias ideias para o instituto e do nada, pela manhã, morre. De uma hora pra outra, tudo termina num infarto no meio da tragédia que foi ajudar no Rio Grande do Sul. Morrer é uma loucura. Te obriga a sair da festa na melhor hora, sem se despedir de ninguém, sem ter um último abraço ou um último ?te amo?, escreveu Amanda em carta enviada ao UOL.

p - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Amanda disse que o tio foi fazer o que mais amava: cuidar de pessoas, estar com elas.
Imagem: Arquivo Pessoal

Ato de heroísmo

Os amigos e familiares classificaram o ato de Leandro, de ir ao Rio Grande do Sul para ajudar a salvar vidas, como heroísmo.

É muito triste lembrar e falar dele numa tragédia assim tão grande assim. É uma fatalidade morrer aos 41 anos, mas sei que foi um ato de heroísmo. Ele saiu de casa e foi para o sul, a fim de fazer o que ele mais amava: cuidar de pessoas, estar com elas. Tudo isso é muito triste, mas um ato marcante, disse Amanda ao UOL

Em entrevista à TV Tribuna, afiliada do SBT, a nutricionista disse que o tio sempre será o herói da vida dela. "O meu tio foi uma pessoa maravilhosa. Uma pessoa extraordinária. Aquela que tira a própria roupa para te ajudar. Não importava o que você tinha, quanto você tinha, ele foi o meu herói em vida e pra sempre permanecer", destacou a jovem.

O corpo do médico será sepultado nesta quarta-feira (15), às 10h, no cemitério Jardim da Paz, em Laranjeiras, no município Serra (ES).

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