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Dólar fecha a R$ 5,137 após Lula demitir Prates da Petrobras; Bolsa cai

O presidente Lula (PT) e agora ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates - Ricardo Stuckert/PT
O presidente Lula (PT) e agora ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates Imagem: Ricardo Stuckert/PT
do UOL

Do UOL, em São Paulo

15/05/2024 18h29Atualizada em 15/05/2024 19h15

O dólar fechou com leve alta de 0,12% nesta quarta-feira (15), cotado a R$ 5,137. Já o Ibovespa encerrou o dia com leve queda, de 0,38%, aos 128.027,59 pontos, com o mercado demonstrando preocupações sobre a ingerência política na Petrobras e a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere- se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado repercute demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras pelo presidente Lula (PT) na terça. No início da sessão, o dólar à vista passou por forte pressão de alta, repercutindo as notícias sobre a demissão. No geral, a avaliação foi de que a saída de Prates representa uma ingerência política sobre a estatal, o que é malvisto pelo mercado.

Além de Prates, o diretor executivo financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras foi demitido nesta quarta-feira. A colunista do UOL Andreza Matais adiantou a demissão de Sergio Caetano Leite, que também é sócio de Prates em empresas, por decisão do conselho de administração da petroleira.

Em relatório a clientes, o Goldman Sachs avaliou a mudança no comando da Petrobras como notícia negativa. "Com base em nossas conversas com investidores, acreditamos que o mercado viu o Prates como um bom conciliador entre interesses dos investidores e do governo. Além disso, acreditamos que o anúncio de hoje pode reacender preocupações sobre a potencial intervenção política na empresa", explicou o banco nesta manhã.

Pressão de alta trazida pela Petrobras, no entanto, foi em parte compensada pelos dados de inflação divulgados nos EUA. Nesta manhã, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em abril, depois de avançar 0,4% em março e fevereiro. Nos 12 meses até abril, o índice teve alta de 3,4%, ante 3,5% em março. Economistas consultados pela Reuters previam alta maior, de 0,4% no mês, e de 3,4% no comparativo anual.

Os números reforçaram as apostas de que o Federal Reserve terá espaço para efetuar dois cortes de sua taxa básica ainda em 2024. Essa perspectiva trouxe alívio para a curva de juros norte-americana e colocou o dólar em baixa ante todas as demais divisas.

Num geral, quanto mais o Federal Reserve (Fed; banco central dos EUA) cortar os juros e quanto menos o BC afrouxar a política monetária local, melhor para o real. Isso porque, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de "carry trade", em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.

Durante a tarde, a moeda norte-americana voltou a registrar leves ganhos ante o real. Esse cenário sugere que o desconforto com a condução da Petrobras pelo governo ainda não havia sido superado. Prova disso é que no fim da tarde o real era a única divisa, entre as negociadas nos mercados globais, que perdia valor ante o dólar — todas as demais subiam sob a influência positiva do CPI.

(Com Reuters)

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