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Ibovespa sobe liderado por salto de Casas Bahia após acordo para aliviar caixa

29/04/2024 17h05

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, marcada pelo salto de mais de 30% das ações da Casas Bahia, após a rede de varejo pedir recuperação extrajudicial, o que analistas viram como um alívio para o caixa e uma oportunidade para a empresa focar no seu plano "transformacional".

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,65%, a 127.351,79 pontos, encerrando na máxima do dia. Na mínima, chegou a 126.466,58 pontos. O volume financeiro somou 17,4 bilhões de reais.

Investidores também aguardam desfecho da reunião de dois dias de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira, particularmente sinais sobre os próximos passos do banco central dos Estados Unidos, uma vez que não há previsão da mudança da taxa de juros atual na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano.

Em Wall Street, na expectativa do Fed, a sessão foi de alívio nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos, para 4,6115% no final do dia, enquanto o S&P 500 fechou com elevação de 0,32%.

No Brasil, a repercussão das indicações do Fed ficará para a quinta-feira uma vez que a B3 estará fechada no dia 1º em razão do feriado do Dia do Trabalho no país.

"Quaisquer sinalizações sobre um possível afrouxamento das taxas podem gerar um impulso adicional para a bolsa no Brasil, dado que nas últimas semanas o mercado tem precificado um cenário menos favorável ao início do ciclo de cortes na maior economia do mundo", apontaram analistas do BB Investimentos.

O adiamento nas perspectivas de quando o Fed começará a reduzir o juro tem afastado o capital externo da bolsa paulista, com as vendas por estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro superando as compras em todos os meses de 2024, totalizando 34 bilhões de reais até o último dia 25.

Além da pauta norte-americana, que ainda reserva dados do mercado de trabalho na sexta-feira, a temporada de balanços também ganha fôlego no Brasil nesta semana, com a agenda incluindo os resultados de empresas como Santander Brasil, Bradesco, Gerdau, Iguatemi e WEG.

DESTAQUES

- CASAS BAHIA ON disparou 34,19%, a 7,30 reais, após anunciar na noite de domingo que fez um pedido de recuperação extrajudicial, citando dívidas de 4,1 bilhões de reais e que já conta com apoio do Bradesco e Banco do Brasil, seus principais credores. A companhia disse que o plano não envolve dívidas operacionais com fornecedores e parceiros e não impacta trabalhadores ou clientes. Analistas veem na operação um alívio para o caixa da rede de varejo, bem como uma oportunidade de a empresa focar no seu plano "transformacional". Após o fechamento do mercado, jornal O Globo noticiou que o pedido da Casas Bahia foi deferido pela Justiça. MAGAZINE LUIZA ON subiu 1,4%.

- HYPERA ON avançou 5,36%, a 30,08 reais, após o grupo farmacêutico divulgar no final da sexta-feira que o lucro líquido das operações continuadas somou 391,5 milhões de reais no trimestre encerrado em março, alta de 15,4% frente ao mesmo período de 2023, enquanto o lucro líquido, por sua vez, subiu 14,6% ano a ano, para 388,9 milhões de reais.

- REDE D'OR ON valorizou-se 2,36%, a 26,46 reais, endossada por relatório do Itaú BBA elevando a recomendação dos papéis para "outperform" ante "market perform", bem como o preço-alvo de 30 para 33 reais. HAPVIDA ON mostrou elevação de 1,06%.

- BRASKEM PNA caiu 1,89%, a 22,38 reais, revertendo ganhos registrados em parte da sessão, após divulgar dados de vendas do primeiro trimestre na última sexta-feira, após o fechamento do mercado. No caso das vendas de resinas no Brasil, houve queda de 5% ano a ano. Os números também mostraram que a taxa média de utilização de centrais petroquímicas no país caiu 3 pontos percentuais, para 74%.

- VALE ON subiu 1,85%, a 63,90 reais, mesmo tendo como pano de fundo a queda dos futuros do minério de ferro na China. O noticiário envolvendo a mineradora destacou que a Samarco e suas sócias Vale e BHP apresentaram às autoridades brasileiras uma nova proposta de 127 bilhões de reais relacionada às reparações pelo rompimento da barragem de rejeitos de Mariana em 2015, mas o Ministério Público de Minas Gerais ainda busca um aumento da oferta. A proposta inclui 90 bilhões de reais além dos 37 bilhões de reais já desembolsados.

- PETROBRAS PN encerrou com acréscimo de 1,79%, a 42,15 reais, renovando máxima histórica ao mostrar forte recuperação em abril em meio ao noticiário envolvendo dividendos extraordinários da companhia, depois de ajuste negativo em março pelo mesmo tema. Após a companhia reter remuneração extra no mês passado, a assembleia de acionistas da estatal aprovou 21,9 bilhões de reais em dividendos extraordinários. O desempenho das ações ocorreu mesmo com a queda dos preços do petróleo no exterior. No setor, 3R PETROLEUM ON cedeu 2,43%, PETRORECONCAVO ON caiu 0,93% e PRIO ON apurou uma variação positiva de 0,63%.

- BRADESCO PN subiu 1,30%, a 14,06 reais, tendo no radar a divulgação do balanço do banco na próxima quinta-feira. Antes, porém, Santander Brasil, que abre a safra de balanços de bancos do Ibovespa, ocupa os holofotes na terça-feira. SANTANDER BRASIL UNIT avançou 2,48%. Ainda no setor, ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,78%, a 31,96 reais, e BANCO DO BRASIL ON fechou estável, a 27,55 reais.

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