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França apoia Brasil em Washington no projeto de taxação dos super-ricos

18/04/2024 11h40

O diário econômico francês Les Echos destaca em sua manchete de quinta-feira (18) que o ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, irá apoiar e trabalhar junto com o Brasil para aprovar a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de tributação dos super-ricos que escapam do pagamento de impostos. O tema será discutido nesta quinta-feira na reunião de ministros das Finanças do G20 em Washington. Haddad e Le Maire estão na capital americana para reuniões do FMI e do Banco Mundial.

O diário econômico francês Les Echos destaca em sua manchete de quinta-feira (18) que o ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, irá apoiar e trabalhar junto com o Brasil para aprovar a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de tributação dos super-ricos que escapam do pagamento de impostos. O tema será discutido nesta quinta-feira na reunião de ministros das Finanças do G20 em Washington. Haddad e Le Maire estão na capital americana para reuniões do FMI e do Banco Mundial.

O Brasil, que preside o G20 este ano, vem pressionando o grupo de países, que juntos detêm 80% da economia global, para adotarem uma posição comum para evitar a evasão fiscal dos bilionários. O assunto tornou-se ainda mais atual, pois os países precisam aumentar as receitas para manter seus níveis de dívida sob controle e ter os meios para conduzir a transição ecológica, destaca a agência AFP.

Estudos de dois franceses nessa área, os economistas Gabriel Zucman e Esther Duflo, vencedora do Prêmio Nobel de Economia em 2019 por seus trabalhos sobre a pobreza, inspiram o projeto da presidência brasileira do G20. Zucman, especialista como Duflo em redistribuição de renda e paraísos fiscais, aponta que se os cerca de 3 mil super-ricos no mundo pagassem 2% de imposto sobre suas fortunas, a arrecadação adicional poderia alcançar US$ 250 bilhões (R$ 1,3 trilhão) em receitas. Esses recursos são essenciais para ajudar nações em desenvolvimento a superar desafios socioeconômicos e ambientais. 

Durante um painel do FMI, na quarta-feira (17), Haddad disse que "a tributação internacional não é somente o tema preferido de economistas progressistas, mas uma preocupação fundamental que está no cerne da questão macroeconômica global". O francês Bruno Le Maire defendeu a criação de um imposto mínimo global e a implementação de medidas enérgicas contra a evasão fiscal.

França apoia taxação mínima global de 15%

A França está entre as economias do mundo desenvolvido que declararam apoio a uma taxação mínima global de 15% e já implementou uma tarifa mínima sobre as gigantes da tecnologia. "O futuro do mundo não pode ser uma corrida para o último lugar" e "o mesmo vale para a tributação", disse o ministro francês. Le Maire insistiu que "todos devem pagar sua parcela justa de impostos".

Les Echos destaca que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, divulgou na terça-feira (16) novas medidas de tributação dos super-ricos e que o presidente americano, Joe Biden, também defendeu no Congresso a taxação de bilionários, como propõe a presidência brasileira do G20

Em janeiro, a União Europeia adotou uma taxação mínima de 15% sobre empresas multinacionais ativas nos 27 países-membros do bloco. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um imposto global mínimo poderia render uma receita adicional de US$ 200 bilhões (pouco mais de R$ 1 trilhão) por ano.

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