Topo
Notícias

RJ: Motorista de app diz à polícia que idoso estava vivo no trajeto a banco

do UOL

Do UOL, em São Paulo

17/04/2024 20h59Atualizada em 18/04/2024 12h01

O motorista de aplicativo que transportou a mulher suspeita de levar Paulo Roberto Braga, 68, já morto para sacar um empréstimo em um banco na última terça-feira (16) em Bangu, zona oeste do Rio, disse hoje em depoimento que o homem estava vivo durante o trajeto.

O que aconteceu

"Ele chegou a segurar na porta do carro", disse o motorista. Segundo ele, o episódio ocorreu no momento do desembarque do veículo, no estacionamento de um shopping no bairro. Em seguida, Érika de Souza Vieira Nunes, 43, o colocou em uma cadeira de rodas.

Idoso e mulher não foram deixados na agência bancária, segundo o motorista, porque o acesso de veículos é proibido no local. Foi quando Erika pediu para que o motorista encerrasse a corrida no shopping.

Mulher contou com ajuda de outro homem para colocar idoso em veículo ao sair da casa dele, segundo o condutor do carro. Ele disse, ainda, que a mulher precisou de ajuda porque o idoso não caminhava.

"Erika o segurava em um braço e o homem em outro", disse. Uma das filhas da mulher também teria ajudado segurando as pernas do idoso, colocado no banco traseiro do veículo.

Rapaz que ajudou a colocar idoso em veiculo também foi ouvido. Ele, que trabalha como mototaxista e conhecia o idoso e Érika, confirmou em depoimento que o homem estava vivo ao ser colocado no carro.

Quando entrei na casa, Paulo estava deitado na cama. Peguei Paulo pelos braços com a ajuda de Erika, e o levei até dentro do carro. Consegui perceber que ele ainda respirava e tinha forças nas mãos.
Depoimento de rapaz que ajudou a colocar idoso em carro

O que diz o laudo de necropsia

O laudo de exame de necropsia não confirmou se ele morreu antes de chegar ao banco ou no local. O documento ao qual o UOL teve acesso afirma não haver "elementos seguros" para afirmar que ele faleceu no "trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária."

O laudo diz ainda que o homem pode ter morrido até sete horas antes da gravação do vídeo na última terça-feira (16). O socorrista do Samu foi acionado às 15h, e ao chegar já encontrou o corpo com livores de hipóstase — mudança de coloração que surge na pele de cadáveres.

De forma indireta, o perito não se opõe que o óbito tenha ocorrido entre 11h30h e 14h30h do dia 16/04/2024. Desta forma, o perito não tem elementos seguros para afirmar do ponto de vista técnico e científico se o sr. Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária.
Trecho do laudo do IML

Entenda o caso

Erika chegou até a agência bancária com o idoso em uma cadeira de rodas. No vídeo gravado por funcionárias, o homem está inerte, de boca aberta e sem qualquer firmeza nos braços e na cabeça

A defesa de Erika, presa em flagrante, afirmou que o homem estava vivo quando foi levado ao banco. Ela tentou sacar um empréstimo de R$ 17 mil e disse em depoimento que estava atendendo ao pedido do tio, que queria comprar uma televisão nova e fazer uma reforma em casa.

Assim que vi o vídeo, de imediato vi que não tinha como a pessoa não saber que aquele idoso na cadeira de rodas estava morto. Ouvimos a gerente do banco e a mulher que estava com idoso. Ela disse que ele estava vivo no caminho, quando chegou na agência bancária e que ela tinha ido sacar o dinheiro a pedido do idoso.
Fábio Luiz da Silva Souza, delegado responsável pela investigação

Notícias