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Chefe da ONU diz que 'crimes contra a humanidade' podem ter sido cometidos no Sudão

15/04/2024 15h42

Os ataques indiscriminados contra civis no Sudão podem ser considerados "crimes de guerra e crimes contra a humanidade", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta segunda-feira (15), um ano após o início dos combates entre dois generais rivais.

"Isto vai além de um conflito entre duas partes. É uma guerra sendo travada contra o povo sudanês", disse Guterres a jornalistas, enfatizando que "os ataques indiscriminados que matam, ferem e aterrorizam civis podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

Para Guterres, trata-se de "uma guerra contra os direitos humanos e o direito internacional humanitário". Ele denunciou ataques a comboios com ajuda humanitária para a população e a violência sexual praticada contra mulheres e meninas.

O chefe da ONU também expressou preocupação com um possível ataque iminente contra El Fasher, capital do estado de Darfur do Norte e centro de distribuição de assistência humanitária na região.

"Sejamos claros: qualquer ataque a El Fasher seria devastador para os civis e poderia levar a um conflito intercomunitário generalizado em todo Darfur", alertou. Acrescentou ainda que isso "interromperia as operações de ajuda humanitária em uma área que já está à beira da fome".

El Fasher é a única capital dos cinco estados de Darfur que não está sob controle do grupo paramilitar RSF.

A violência sexual, étnica e os incêndios de terras que ocorreram desde o início do conflito em abril de 2023 voltaram a ser registrados em Darfur, oeste do país.

Essa vasta região já havia sido devastada por uma guerra civil que começou em 2003 e deixou centenas de milhares de vítimas.

O conflito se dá entre as forças lideradas pelo general Abdel Fattah al-Burhan e os rebeldes paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF), sob o comando do general Mohamed Hamdan Dagalo.

abd/sst/st/llu/dga/ic/mvv

© Agence France-Presse

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