Júri popular de bolsonarista que matou petista em Foz é adiado
O júri popular do caso envolvendo o bolsonarista que matou um petista em Foz do Iguaçu (PR) foi adiado para o dia 2 de maio. A decisão foi tomada após a defesa do réu abandonar o plenário.
O que aconteceu
Defesa de réu deixou o plenário após pedidos não serem atendidos. Os representantes legais do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho alegaram que houve cerceamento da defesa. O julgamento começou na manhã desta quinta (4).
Os advogados afirmaram ainda que Guaranho teria sido vítima de tentativa de homicídio. Um vídeo mostra o momento em que o policial penal levou mais de 20 chutes na cabeça após a ação que matou o guarda municipal petista Marcelo Arruda. A defesa do policial penal também questionou o fato de uma das testemunhas não ter sido localizada.
MP do Paraná vai pedir condenação por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum. Ao denunciar o policial penal Jorge Guaranho, a Promotoria viu como motivação fútil a "preferência político-partidárias antagônicas dos envolvidos" e disse que o réu colocou a vida de outras pessoas em risco ao atirar.
Segundo a denúncia do MP, Guaranho disse que "petista vai morrer tudo" antes de atirar. O atirador cometeu o crime após invadir uma festa temática do PT do guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava o seu aniversário de 50 anos, em julho de 2022.
Defesa descarta motivação política e vai pedir absolvição. Os representantes legais de Guaranho alegam que o policial penal agiu em legítima defesa, já que Arruda estava com a arma em punho quando o atirador invadiu a festa onde ocorreu o crime.
Pena pode chegar a 30 anos de prisão. Caso o júri acolha a denúncia de homicídio qualificado, a pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão. Se houver o entendimento de que ocorreu homicídio simples, o réu pode ser condenado de 6 a 20 anos. No mês passado, Guaranho foi demitido do cargo de policial penal por Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.
O que dizem os envolvidos
Essa decisão da defesa de Guaranho de abandonar o plenário é um desrespeito à população de Foz do Iguaçu que esteve no Fórum para acompanhar o júri.
Pâmela Arruda, esposa de Marcelo Arruda
Foi uma tentativa da defesa de justificar a postuação da liberdade provisória do Guaranho. Essa era a verdadeira intenção.
Daniel Godoy, advogado da família de Marcelo Arruda e assistente de acusação
A decisão de abandonar o júri foi uma medida extrema, tomada em defesa do jogo limpo e da garantia do amplo direito de defesa. O protocolo tardio de documentos essenciais, menos de 15 horas antes do julgamento, comprometeu a capacidade da defesa em exercer seus direitos legais.
Samir Mattar Assad Advocacia, defesa de Jorge Guaranho
Não houve discussão política. O desentendimento começou porque o Marcelo não gostou da música que estava tocando no carro e se exaltou. Só queremos que a verdade venha à tona e esperamos que ele seja inocentado.
Ana Laura Guaranho, irmã de Jorge Guaranho