Hospital confunde grávidas e faz aborto em paciente errada na República Tcheca
![Uma das grávidas foi ao hospital para um exame de rotina, enquanto a outra realizaria uma curetagem - Reprodução/Google Street View](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/d0/2024/04/05/hospital-em-praga-na-republica-tcheca-confundiu-gravidas-e-fez-aborto-em-paciente-errada-1712342672255_v2_900x506.jpg)
Um hospital em Praga pediu desculpas nesta quinta-feira (4) a uma paciente que foi submetida por engano a um aborto involuntário na semana passada.
O incidente começou com a ida de duas mulheres grávidas ao hospital, uma para um exame de rotina e outra foi para realizar uma curetagem — ou seja, a remoção de tecidos —, um procedimento que também é utilizado para realizar abortos.
Ambas eram asiáticas e residentes permanentes na República Tcheca, de acordo com a mídia local. A equipe do hospital as confundiu e realizou a cirurgia na paciente grávida, que perdeu o feto.
"Infelizmente, foi um erro humano, uma falha humana", disse nesta quinta-feira o chefe do Hospital da Universidade de Bulovka de Praga, Jan Kvacek, à imprensa.
Kvacek destacou que o hospital "lamenta profundamente" o que ele descreveu como uma confusão "trágica", e afirmou que o estabelecimento ofereceu assistência psicológica e jurídica à paciente.
"Sem dúvida, ela tem direito a uma indenização", acrescentou, atribuindo o erro a um problema de comunicação.
O chefe do departamento de Obstetrícia e Ginecologia do hospital, Michal Zikan, indicou que a paciente havia assinado um documento em tcheco que, contudo, pertencia à outra paciente.
"Três dias antes, a paciente foi informada detalhadamente e na presença de um intérprete sobre o que seria feito, que era apenas um exame", disse Zikan aos jornalistas. Segundo ele, os cirurgiões "não tinham motivo para pensar que estavam atendendo a uma paciente diferente".
Após a confusão, o centro suspendeu um funcionário e determinou que outro trabalhe sob supervisão.
O caso é semelhante ao de Thi-Nho Vo, uma francesa de origem vietnamita que perdeu seu feto em 1991 devido a uma confusão em um hospital de Lyon, no leste da França.
Thi-Nho apresentou uma queixa ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, acusando o hospital de homicídio culposo. Mas o tribunal decidiu em 2003 que o aborto involuntário de um feto não constitui homicídio.
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