Dólar cai com commodities fortes e leilão extra de swap, mas reduz ritmo por Treasuries
O dólar opera em baixa na manhã desta terça-feira, 2, mas já reduz o ritmo diante do viés de alta de juros futuros na esteira da valorização dos rendimentos dos Treasuries.
A moeda americana é pressionada em manhã de valorização de commodities e com a previsão de um leilão extraordinário do Banco Central de até US$ 1 bilhão em swap cambial (12h30), que corresponde à venda de dólar no mercado futuro. É a primeira vez desde dezembro de 2022 que o BC intervém no câmbio e a operação se justifica em razão da "demanda por instrumentos cambiais resultantes dos efeitos do resgate de NTN-A3 (Nota do Tesouro Nacional, subsérie A3) em 15/4/2024", segundo a autarquia. Além disso, o BC realiza a rolagem habitual de swap (11h30).
Na segunda-feira, a moeda americana à vista fechou a R$ 5,0591 (+0,87%), a maior cotação desde 13 de outubro, após encerrar o primeiro trimestre com ganhos de 3,34%. Com o swap cambial extra, o BC evitaria que a liquidez gerada no sistema bancário por esse resgate do título atrelado à variação cambial gerasse demanda adicional por dólar. Segundo analistas e operadores, a operação do BC visa também a tentar diminuir a volatilidade cambial.
Os investidores avaliam ainda o boletim Focus. A expectativa para a inflação deste ano ficou em 3,75%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção também permaneceu estável, em 3,51%. Quanto às projeções da taxa Selic, o mercado manteve em 9% a mediana para a Selic no final deste ano e em 8,50% para 2025. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa para o crescimento deste ano foi elevada de 1,80% para 1,85%.
No exterior, mesmo depois da alta vigorosa registrada na segunda, os juros dos Treasuries voltam a subir, por dúvidas sobre o ciclo de afrouxamento monetário americanos e espera por dados dos Estados Unidos e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve nesta terça-feira.
Contudo, as altas de cerca de 1,5% do petróleo e de 3,09% do minério de ferro em Dalian, na China, e alívio no dólar no exterior favorecem a valorização do real.
Às 9h31 desta terça-feira, o dólar à vista perdia 0,36%, a R$ 5,0411. O dólar para maio cedia 0,26%, a R$ 5,0550.
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