Rastreamento de baleias-jubarte detecta diminuição da espécie no Pacífico Norte
Um estudo publicado nesta quarta-feira (28) pela revista Royal Society Open Science revelou que a quantidade de baleias-jubarte no Pacífico Norte diminuiu em 20%, passando de 33.000 animais para pouco mais de 26.600 em menos de uma década - e o aquecimento das águas pode contribuir para essa situação.
Utilizando os maiores meios de identificação fotográfica existentes, uma equipe de 75 cientistas realizou um serviço extenso de rastreamento entre o período de 2012 e 2021.
Segundo o autor do estudo, Ted Cheeseman, biólogo especializado em baleias da Universidade Australiana de Southern Cross, "cerca de 7.000 baleias morreram de fome".
A pesquisa também identificou uma queda no número de baleias que migram para o Havaí, chegando a 34%.
As baleias-jubarte não estão ameaçadas de extinção, mas enfrentam os impactos da poluição sonora e do tráfego marítimo.
A vasta região do Pacífico Norte sofreu uma enorme onda de calor oceânico entre 2014 e 2016, com picos de temperatura entre 3 e 6ºC - alterando os ecossistemas e a cadeia alimentar dos grandes cetáceos.
"Não é apenas a alimentação das baleias que diminuiu", explicou Cheeseman, destacando também a redução das populações de aves marinhas, leões-marinhos e focas.
"Um oceano mais quente produz menos alimento", especialmente devido a diminuição ou migração do fitoplâncton, que é a base de toda a cadeia alimentar oceânica.
Ao descobrir esses dados, "fiquei boquiaberto", declarou o especialista, afirmando ser "um sinal muito mais forte do que esperávamos".
A informação também surpreende porque as baleias-jubarte, que estiveram ameaçadas de extinção no final da década de 1960 devido à pesca comercial, pareciam estar se recuperando, após a proibição da caça imposta em 1982 pela Comissão Baleeira Internacional.
rgl-dep/jz/mb/ms/aa
© Agence France-Presse
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