Turquia pede cessar-fogo em Gaza e solução de dois Estados na reunião do G20
ANCARA (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, conclamou a comunidade internacional a assumir um papel mais ativo em prol de um cessar-fogo urgente em Gaza e de uma solução de dois Estados para o conflito durante as conversações na reunião do G20 no Brasil, informou uma fonte diplomática turca.
A Turquia, que tem criticado duramente Israel por seus ataques a Gaza e apoiou medidas para que o país fosse julgado por genocídio na Corte Mundial, pede repetidamente um cessar-fogo.
Ao contrário de seus aliados ocidentais e de algumas nações do Golfo, a Turquia, membro da Otan, não considera o Hamas, grupo militante palestino que governa Gaza e que, em 7 de outubro, realizou um ataque dentro de Israel que motivou a campanha israelense, como uma organização terrorista.
Fidan disse em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 no Rio de Janeiro, na quarta-feira, que a "selvageria" em Gaza deve ser interrompida e discutiu medidas para alcançar um cessar-fogo urgente e obter mais ajuda para o enclave durante as conversas com pares de Estados Unidos, Alemanha e Egito, disse a fonte.
Durante as conversas entre Fidan e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, foram discutidas "medidas que podem ser tomadas para alcançar um cessar-fogo total o mais rápido possível", afirmou a fonte, acrescentando que Fidan também discutiu "medidas concretas" para interromper os combates com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.
"O fato de que uma decisão sobre um cessar-fogo não saiu do Conselho de Segurança da ONU mais uma vez mostrou que a reforma é uma necessidade", disse Fidan em uma sessão na reunião do G20, de acordo com um de seus assessores, referindo-se a um terceiro veto dos EUA a um pedido de cessar-fogo no órgão de 15 membros.
Ancara afirma que o Conselho de Segurança da ONU deve ser reformado para ser mais inclusivo e representativo do mundo.
"A postura demonstrada pelo presidente brasileiro Lula é admirável", disse Fidan, segundo o assessor, em referência aos comentários de Lula nos quais ele comparou a guerra em Gaza ao genocídio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, o que irritou Israel.
(Reportagem de Tuvan Gumrukcu)
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