Jordânia pede 'cessar-fogo duradouro' em Gaza e EUA pedem pausa
O rei Abdullah II, da Jordânia, pediu nesta segunda-feira "um cessar-fogo duradouro" na Faixa de Gaza, enquanto o presidente americano, Joe Biden, defendeu uma pausa "de pelo menos seis semanas", durante discursos de ambos na Casa Branca.
Biden segue rejeitando a ideia de um fim incondicional e indefinido das hostilidades. "Os Estados Unidos trabalham em um acordo de reféns entre Israel e o Hamas, que traria um período imediato e sustentado de calma a Gaza durante pelo menos seis semanas", que poderia levar a "algo mais duradouro", disse o democrata.
Ambos os líderes descreveram, cada um à sua maneira, a situação em Rafah, na fronteira com o Egito. Segundo o rei, o mundo "não pode se permitir um ataque israelense" a Rafah, porque "causaria, certamente, outra catástrofe humanitária", no momento em que a situação já "é insuportável" para mais de 1 milhão de pessoas.
Biden não pediu a Israel que renuncie a um ataque, mas insistiu em que que "os civis devem ser protegidos". Ele voltou a pedir aos israelenses um "plano crível" para a população civil antes de uma ofensiva.
- Estado Palestino -
Os dois líderes defenderam a criação de um Estado palestino a longo prazo. "Essa é a única forma de garantir a segurança de Israel a longo prazo", argumentou Biden.
Abdullah II pediu "um Estado palestino independente, soberano e viável, com Jerusalém Oriental como capital, mas coabitando com Israel em paz e segurança". "Essa é a única solução que garantirá paz e segurança para os palestinos, israelenses e toda a região."
O soberano iniciou um giro internacional que o levará também a Canadá, França e Alemanha. A viagem do rei busca "mobilizar o apoio internacional para um cessar-fogo em Gaza e fornecer ajuda humanitária na Faixa de Gaza em quantidade suficiente e de maneira permanente", informou o palácio.
Washington está descontente com o governo de Benjamin Netanyahu, particularmente no que diz respeito a Rafah. Segundo a rede de TV NBC, o presidente americano expressa sua frustração em privado, mas seu governo não quis condicionar a ajuda militar dos Estados Unidos a objetivos relacionados com a proteção dos civis palestinos.
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