Candidato de centro-direita lidera eleições na Finlândia em que Rússia é tema central
Por Anne Kauranen e Tom Little
HELSINQUE (Reuters) - Alexander Stubb, de centro-direita, do Partido da Coalizão Nacional, lidera o segundo turno das eleições presidenciais da Finlândia no domingo, com 52,7% de apoio em votos antecipados, mostraram dados do Ministério da Justiça.
O membro liberal do Partido Verde, Pekka Haavisto, estava atrás dele com 47,3% de apoio, com 58,3% dos votos contados, mostraram os dados.
Quase 46% dos cidadãos aptos a participar já registraram seus votos antes de domingo, mostraram os dados oficiais, com os primeiros resultados da votação antecipada a serem publicados pouco depois do encerramento das urnas, às 15h no horário de Brasília. O vencedor deverá ser conhecido por volta das 18h, horário de Brasília.
Stubb, ex-primeiro-ministro, venceu o primeiro turno no dia 28 de janeiro com 27,2% dos votos, à frente de Haavisto, com 25,8%. Ele também ficou na frente de Haavisto nas pesquisas, mais recentemente por 6 a 8 pontos percentuais de diferença.
A eleição marca uma nova era na Finlândia, que durante décadas elegeu presidentes para promover a diplomacia, em particular com a vizinha Rússia, e optou por não aderir a alianças militares para poder aliviar as tensões entre Moscou e a Otan.
Mas os finlandeses mudaram de ideia sobre desempenhar esse papel após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, numa rápida reviravolta que levou o país a aderir à Otan em abril do ano passado.
Agora sob a égide de segurança da aliança ocidental, o novo presidente substituirá Sauli Niinisto, que deixa o cargo após dois mandatos de seis anos nos quais ganhou o apelido de “o confidente de Putin” pelos seus laços estreitos com o líder russo.
O sucessor de Niinisto terá um papel central na definição das políticas envolvendo a Otan na Finlândia, ao mesmo tempo que assumirá a liderança da política externa e de segurança geral, em estreita cooperação com o governo, e atuará como comandante-chefe das forças armadas.
Ambos os candidatos são pró-União Europeia e apoiadores da Ucrânia, e assumiram uma postura dura em relação à Rússia nas suas campanhas.
Numa entrevista à Reuters no mês passado, Stubb disse que por enquanto não haverá nenhum pilar russo na política externa da Finlândia:
"Politicamente, não haverá relações com o presidente da Rússia ou com a liderança política russa até que parem a guerra na Ucrânia."
A Rússia ameaçou a Finlândia com retaliação em resposta à adesão do vizinho à Otan e a um acordo de cooperação em defesa assinado com os EUA em dezembro.
Haavisto, um ex-ministro das Relações Exteriores que também atuou como negociador de paz da ONU e é conhecido como defensor dos direitos humanos, pediu uma abordagem mais cautelosa.
Ele quer manter a proibição finlandesa de armas nucleares no seu território e considera desnecessário um destacamento permanente de tropas da Otan para a atual situação de segurança.
Se eleito, Haavisto será o primeiro presidente abertamente gay da Finlândia, o que as sondagens de opinião antes da eleição mostraram ser a razão pela qual alguns eleitores o rejeitam.
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