Exército israelense justifica detenção de palestinos em roupa íntima
O Exército israelense desconsiderou neste domingo (10) a indignação causada pelas imagens de dezenas de palestinos detidos em roupas íntimas por suas tropas em Gaza, e afirmou que a prática se justifica por motivos de segurança.
O Exército de Israel indicou que despir as pessoas suspeitas de serem uma ameaça é um hábito frequente, para descartar que elas possam estar carregando explosivos.
O movimento islamista palestino Hamas reiterou neste domingo que os homens nas imagens não fazem parte de seu braço armado, as brigadas Ezedin al Qassam, e afirmou que essas alegações são "mentiras infundadas".
"A ocupação sionista publicou imagens e cenas de civis desarmados em Gaza, depois que já haviam sido detidos, e colocaram armas ao lado deles", afirmou Izzat al Rishq, membro do comitê político do Hamas.
As imagens de dezenas de homens ajoelhados em roupa íntima, sob custódia dos soldados, foram veiculadas na quinta-feira pela televisão israelense e viralizaram nas redes sociais, onde muitos usuários denunciaram que se tratava de "um atentado contra a dignidade" dos detidos.
Uma análise feita por jornalistas de checagem de dados da AFP sugere que um dos vídeos foi filmado em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, mas é difícil obter a geolocalização exata das imagens.
Nas gravações aparece o braço de um soldado, um indício de que o vídeo foi filmado pelos militares.
Israel alega que "as pessoas que não têm envolvimento em atividades terroristas são liberadas", e ressalta que os detidos são tratados de acordo com as regras do direito internacional.
"Com frequência é necessário que os suspeitos de terrorismo entreguem sua roupa durante a revista para garantir que não escondem coletes com explosivos ou outro tipo de armamento", acrescentou.
Israel iniciou uma ofensiva militar contra o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza em resposta ao ataque brutal e sem precedentes, lançado pelo grupo em Israel em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos.
Do lado palestino, pelo menos 17.700 pessoas, a maioria mulheres e menores de 18 anos, morreram nesses dois meses de combates em Gaza, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas.
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© Agence France-Presse