Ibovespa fecha em alta com Petrobras em destaque
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, após um pregão volátil, com o avanço da Petrobras assegurando o desfecho positivo, em sessão também marcada por realização de lucros e dados mais fortes do que o esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,86%, a 127.093,57 pontos. Na máxima do dia, chegou a 127.289,43 pontos. Na mínima, a 125.562,34 pontos. Na semana, porém, acumulou queda de 0,85%
O volume financeiro desta sexta-feira somou 20,8 bilhões de reais.
Nos EUA, foram criados cerca de 199.000 empregos fora do setor agrícola no mês passado, acima dos 150 mil postos em outubro e das previsões no mercado, que apontavam 180 mil vagas. A taxa de desemprego caiu a 3,7%, ante 3,9%. E a média de ganhos salariais por hora aumentou 0,4%, após subir 0,2% em outubro.
De acordo com a estrategista de portfólio da Global X ETFs, Michelle Cluver, foi um relatório "surpreendentemente positivo", diferentemente do que o mercado aguardava, após um mês de dados econômicos razoavelmente fracos e de uma semana dominada por dados de emprego abaixo das expectativas.
"De modo geral, este foi um relatório mais positivo do que o esperado e os rendimentos dos Treasuries aumentaram acentuadamente com a sua divulgação, à medida que os mercados reajustaram ligeiramente a escala das expectativas de corte das taxas de juro para 2024", afirmou.
Após os dados, operadores passaram a precificar chance de 50% de corte de 0,25 ponto percentual nos juros em março, ante 65% na quinta-feira, segundo ferramenta FedWatch do grupo CME. No final da tarde, o yield do Treasury de 10 anos marcava 4,2333%, de 4,129% na véspera.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve anuncia na próxima quarta-feira sua decisão de política monetária. A expectativa majoritária é que a taxa seja mantida no intervalo de 5,25% a 5,50%, assim, o foco estará nos sinais para os próximos movimentos.
Na visão do head de renda fixa da Janus Henderson Investors, Greg Wilensky, os dados recentes provavelmente levarão o Fed a pensar que as taxas de juros dificilmente serão cortadas tão rapidamente em 2024, como o mercado vinha precificando recentemente.
"Investidores agora podem direcionar sua atenção para os próximos eventos secundários, especialmente o relatório do IPC (índice de preços ao consumidor dos EUA) na terça-feira, antes do evento principal do Fomc na quarta-feira", acrescentou.
As bolsas norte-americanas também mostraram alguma volatilidade, com o S&P 500, uma das principais referência do mercado acionário dos EUA, encerrando a sessão com variação positiva de 0,41%.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN avançou 3,20%, a 34,49 reais, amparada pelo aumento dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou com elevação de 2,4%, a 75,84 dólares o barril. No setor, PRIO ON ganhou 5,02%, 3R PETROLEUM ON valorizou-se 1,67% e PETRORECONCAVO ON mostrou acréscimo de 3,27%. 3R Petroleum também reportou nesta sexta-feira dados preliminares de produção de novembro.
- AMBEV ON subiu 1,63%, a 14,31 reais, tendo com pano de fundo relatório de analistas do Morgan Stanley elevando a recomendação dos papéis para "equal-weight" ante "underweight", com preço-alvo de 15 reais.
- VALE ON subiu 0,28%, a 72,80 reais, em mais um dia de alta dos futuros do minério de ferro na China, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechando em alta de 2,4%. Tal desempenho foi impulsionados por uma série de fatores, como dados robustos de exportação da China, especulações de estímulo econômico e demanda persistentemente positiva. CSN MINERAÇÃO ON encerrou com elevação de 2,88%.
- ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 1,27%, a 32,02 reais, e BRADESCO PN subiu 1,60%, a 16,46 reais. Ainda no setor, BANCO DO BRASIL ON avançou 1,08%, a 54,45 reais, após o seu conselho de administração aprovar desdobramento de 100% de suas ações, sem alterar o patrimônio do banco e a participação dos acionistas.
- GPA ON avançou 6,13%, a 4,33 reais, na quarta alta seguida, mantendo ao final da semana o tom positivo, que foi endossado por executivos na quarta-feira, quando reforçaram "guidance" de melhora na margem Ebitda no próximo ano, componente para ajudar nos planos de reduzir significativamente a alavancagem, assim como o processo de venda de ativos.
- CASAS BAHIA ON recuou 3,77%, a 0,51 real. O grupo anunciou na noite de quinta-feira que espera conseguir antecipar início dos negócios de suas ações já agrupadas na proporção de 25 para 1 para 15 de dezembro ante prazo estimado anteriormente do dia 28 deste mês, conforme busca se manter no Ibovespa após o rebalanceamento do principal índice de ações da B3 na virada do ano. Na primeira prévia, os papéis ficaram de fora, uma vez que estão sendo negociados abaixo de 1 real. No setor, MAGAZINE LUIZA ON caiu 5,75%, a 2,13 reais, após três altas seguidas, período em que acumulou uma valorização de 13%.
- NATURA&CO ON recuou 2,59%, a 16,93 reais, com a alta das taxas futuras de juros abrindo espaço para ajustes, após quatro altas em cinco pregões, tendo acumulado até a véspera alta de 5,4% em dezembro.
- AZUL PN perdeu 4,33%, a 16,12 reais, após subir quase 6% nos dois pregões anteriores e tendo como pano de fundo a divulgação na noite da véspera de prejuízo líquido ajustado de 360,2 milhões de reais no terceiro trimestre. A companhia aérea já havia divulgado há menos de um mês cifras preliminares para o trimestre encerrado em setembro, mas sem o resultado líquido.
- WEG ON recuou 2,01%, a 34,65 reais, após anunciar nesta sexta-feira que Harry Schmelzer Júnior deixará a presidência-executiva a partir de 31 de março do ano que vem, dentro do plano de sucessão da companhia. Para o cargo, a Weg indicou Alberto Yoshikazu Kuba, atual diretor superintendente de motores elétricos industriais, que assume a partir de 1º de abril. No evento WEG Day com analistas e investidores nesta sexta-feira, executivos da empresa também afirmaram que a margem de lucro consolidado deve ser pressionada a partir de meados do primeiro semestre de 2024, quando são esperadas todas as aprovações para a integração da fabricante norte-americana Regal Rexnor.