Cuba divulga lista de acusados de terrorismo que inclui candidato à prefeitura de Miami

HAVANA (Reuters) - Cuba divulgou no fim da última quinta-feira uma lista de entidades e cidadãos estrangeiros acusados de envolvimento com terrorismo, incluindo influencers, dissidentes de longa data que moram nos Estados Unidos e um candidato à prefeitura do condado de Miami-Dade, na Flórida. 

A lista, que identifica 61 pessoas e 20 entidades por suposto envolvimento em promover ou planejar “atos de terrorismo”, foi divulgada apenas dias depois de um relatório anual do governo dos EUA dizer que Cuba “concede porto seguro a terroristas”, uma acusação negada por Havana. 

A lista cubana, publicada no Diário Nacional do país no fim da quinta-feira, cita o envolvimento de dezenas de pessoas em atentados a bomba em hotéis, complôs para fomentar distúrbios e tentativas de assassinato contra o ex-líder de Cuba, Fidel Castro, algumas de 30 anos atrás. 

Os casos mais recentes da lista incluem o de Alex Otaola, um influencer nas redes sociais de Miami que está concorrendo à prefeitura do condado de Miami-Dade. Ele é acusado por Cuba, em um processo de 2021, de “promover a agressão armada" contra o país. 

Otaola negou essas acusações nas redes sociais na quinta-feira, mas disse que sua inclusão na lista prova que ele incomodou as autoridades cubanas. 

O governo Biden recuou parcialmente em algumas restrições da era Trump contra remessas e viagens ao país comunista, além de intensificar o processamento de vistos de imigração para cubanos que querem viajar aos Estados Unidos. 

Mas Biden não reverteu uma decisão de seu antecessor republicano, Donald Trump, que antes de deixar o poder em janeiro de 2021 designou separadamente Cuba como um Estado que patrocina o terrorismo, uma medida que sobrecarregou o país com novas e rígidas sanções. 

(Reportagem de Dave Sherwood e Nelson Acosta)