Topo
Notícias

Xi adverte autoridades da UE de que China e Europa não devem entrar em confronto

07/12/2023 09h08

PEQUIM (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, advertiu autoridades da União Europeia nesta quinta-feira de que a China e a Europa não devem se ver como rivais ou entrar em confronto devido aos seus diferentes sistemas políticos, em declarações na primeira cúpula presencial China-UE em quatro anos.

Durante a reunião para discutir questões que vão desde desequilíbrios comerciais até a guerra na Ucrânia, Xi também disse que a China está disposta a tornar a UE um parceiro econômico e comercial importante e a cooperar em ciência e tecnologia, incluindo inteligência artificial.

Ele também pediu à UE na reunião realizada em Pequim que "elimine todos os tipos de interferência" no relacionamento bilateral, de acordo com a emissora estatal CCTV.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, também se reunirão com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em sua visita de um dia.

Esta será a última chance de se encontrarem presencialmente com as principais autoridades chinesas antes das eleições para o Parlamento Europeu no próximo ano, que provocará mudanças na liderança do bloco.

Ambos os lados têm tentado minimizar as expectativas antes da cúpula, com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alertando os diplomatas dos Estados-membros da UE baseados em Pequim na segunda-feira que a Europa deveria escolher "paz e estabilidade" em vez de uma "nova Guerra Fria".

Uma autoridade europeia disse a jornalistas em Bruxelas no início desta semana que "não há um único resultado pendente que coroará a cúpula", acrescentando que não haverá uma declaração conjunta.

Uma série de representantes da UE tem visitado Pequim desde que a China suspendeu as restrições pandêmicas nas fronteiras neste ano, incluindo os chefes de comércio e clima do bloco, mas pouco progresso foi feito em relação aos principais pontos de tensão no relacionamento.

A União Europeia deseja que Pequim use sua influência sobre a Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia, e um dos principais focos da viagem será pedir a Xi que impeça as empresas privadas chinesas de exportar itens de uso duplo fabricados na Europa à Rússia, para seus esforços de guerra.

Bruxelas inicialmente deixou essas empresas chinesas de fora de seu último pacote de sanções à Rússia, revelado no mês passado, segundo autoridades europeias.

O bloco também está preocupado com o que considera relações econômicas "desequilibradas", dizendo que seu déficit comercial de quase 400 bilhões de euros com a China reflete restrições às empresas da UE.

(Por Laurie Chen e redação de Pequim)

Notícias