Premiê britânico tenta recuperar narrativa climática com promessa de US$2 bi
Por Elizabeth Piper
DUBAI (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak prometeu 1,6 bilhão de libras (2 bilhões de dólares) em financiamento na cúpula climática da ONU nesta sexta-feira, e enfrentou críticos que o acusam de minar a posição do Reino Unido depois de enfraquecer as medidas para alcançar saldo zero de emissões.
Sunak, que está em Dubai para o dia dos líderes da COP28, tentou restaurar a reputação britânica como líder no combate às mudanças climáticas, dizendo que o seu país não só tinha uma das metas mais ambiciosas para reduzir as emissões, como ainda estava no caminho certo para alcançá-las.
Repetindo a abordagem "pragmática" do Reino Unido às mudanças climáticas ao equilibrar as preocupações dos eleitores com promessas de redução de emissões, Sunak também anunciou um investimento de até 11 bilhões de libras no parque eólico offshore Dogger Bank do país.
"Com todas as mudanças que fiz anteriormente, ainda estamos no caminho certo para cumprir todas as metas de emissões que acabei de estabelecer", disse Sunak em entrevista coletiva, poucas horas antes de deixar a cúpula.
Questionado sobre se algum líder tinha manifestado preocupações sobre a sua decisão de adiar a proibição da venda de novos automóveis a gasolina, facilitar a transição para bombas de calor e conceder novas concessões para perfuração no Mar do Norte, ele respondeu: "Com toda a sinceridade, 100% não."
"Nem um único líder com quem conversei hoje falou sobre isso. Você sabe por quê? Porque a maioria dos seus objetivos são menos ambiciosos que os do Reino Unido", disse ele.
Com os conservadores de seu governo muito atrás do Partido Trabalhista, da oposição, nas pesquisas antes das eleições previstas para o próximo ano, a equipe de Sunak acredita que os eleitores só apoiarão medidas para combater as mudanças climáticas quando estas forem acessíveis.
(Reportagem de Elizabeth Piper; reportagem adicional de Kylie MacLellan e Farouq Suleiman em Londres)