Queda de NY e alta dos títulos dos EUA pesam no Ibovespa, apesar de avanço do minério
A valorização do minério ferro é insuficiente para impedir queda do Ibovespa devido à fraqueza da maioria das bolsas do ocidente na manhã desta quarta-feira, 25, apesar de alguns balanços que agradaram aos mercados financeiros. A retomada da alta dos rendimentos dos Treasuries longos gera cautela, a poucos dias da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos)
"É mais uma dia de aversão a risco. Vemos a curva americana abrindo, subindo bastante e contaminando os juros futuros do Brasil", diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research. "E os investidores ainda estão olhando a temporada de resultados corporativos lá fora e aqui, com o Santander Brasil inaugurando a temporada", completa Larissa.
O minério de ferro encerrou com elevação de 3,32% em Dalian, enquanto a maioria das bolsas asiáticas subiu na esteira de estímulos ao gigante asiático.
O principal órgão legislativo da China aprovou um plano de emitir 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 137 bilhões) em bônus soberanos extras, em nova tentativa de acelerar a recuperação da economia.
Segundo Pedro Canto, analista da CM Capital, a moderação do Índice Bovespa retrata um certo compasso de espera do mercado pela agenda de amanhã, que tem decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre juros, além da divulgação do PIB e do índice de inflação, PCE, dos EUA. No Brasil, lembra, será informado o IPCA-15 de outubro. "O tom é levemente positivo, baseado nas commodities", diz.
Ontem, o Índice Bovespa interrompeu a sequência de cinco quedas seguidas e fechou em alta de 0,87%, aos 113.761,90 pontos.
O investidor interno monitora o exterior enquanto espera o andamento da agenda econômica no Congresso. O Senado pautou hoje a votação do mérito do projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga, concederá coletiva para apresentar o seu parecer final. Já a Câmara pode votar o projeto de lei (PL) dos fundos de alta renda (exclusivos e offshore).
O quadro é de cautela em Nova York, após as big techs Alphabet e Microsoft divulgarem seus resultados do terceiro trimestre ontem. Hoje, é dia dos balanços da Boeing, Meta e IBM e ainda ficam no radar um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que, porém, não pode falar sobre política monetária.
No Brasil, saíram os balanços do Santander Brasil, da Weg e do Carrefour. As Units do Santander caíam 1,35%, enquanto as da Weg cediam 8,28% e as do Carrefour recuavam 0,68%.
"Os investidores avaliam os balanços aqui e lá fora. Alguns não vieram bons. Nos Estados Unidos, tem ainda preocupações fiscais. Isso reforça a cautela no ambiente de já pressão dos Treasuries. Aqui, o Congresso fica num embate, atrapalhando a pauta econômica", avalia Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.
Às 11h15, o Ibovespa caía 0,60%, aos 113.076,57 pontos, depois de subir 0,49%, na máxima aos 114.318,65 pontos, vindo de abertura aos 113.761,90 pontos, com variação zero. Petrobras cedia 0,28% (PN) e -0,39% (ON), enquanto Vale ON subia 1,11%.