Jogos Olímpicos 2024 alteram circuito da Volta da França, que terá pela 1ª vez chegada fora de Paris
A Volta da França (Tour de France, no original), a maior e mais tradicional competição de ciclismo de rua do mundo, sofrerá mudanças em sua próxima edição em função dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A prova terá uma largada inédita na Itália, e, pela primeira vez, a chegada também não ocorrerá na capital francesa, mas na cidade de Nice.
A Volta da França (Tour de France, no original), a maior e mais tradicional competição de ciclismo de rua do mundo, sofrerá mudanças em sua próxima edição em função dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A prova terá uma largada inédita na Itália, e, pela primeira vez, a chegada também não ocorrerá na capital francesa, mas na cidade de Nice.
Por Farid Achache, da RFI
E estas não foram as únicas novidades anunciadas nesta quarta-feira (25) no Palais des Congrès de Paris. O percurso também vai ganhar altitude no próximo verão europeu, com diversas incursões acima dos 2 mil metros, além de passar pela estrada mais alta de França.
A 111ª edição da competição partirá da cidade italiana de Florença no dia 29 de junho, e chegará pela primeira vez fora de Paris, em Nice, em 21 de julho. As duas novidades, já reveladas há alguns meses, estão ligadas à realização dos Jogos Olímpicos de Paris. Sair do exterior, pelo terceiro ano consecutivo, e chegar longe da capital foi a solução encontrada para não sobrecarregar o trabalho da polícia e não atrapalhar os preparativos finais para o evento esportivo.
Com isso, não haverá o tradicional desfile na Champs-Elysées, onde o vencedor final dá uma última volta na pista ao anoitecer, como acontece desde 1975. Já a cidade de Nice realizará "o sonho de todo diretor da Volta da França", aproximando a montanha da chegada final, afirma o atual diretor, Christian Prudhomme.
A decisão redesenha o equilíbrio de uma corrida secular que começará uma semana mais cedo do que o habitual, passará duas vezes pelos Alpes, cruzará o Galibier [região montanhosa tradicional da competição] no quarto dia e terminará em Nice com um segundo tempo individual, 35 anos após a derrota por oito segundos de Laurent Fignon contra Greg Lemond na avenida Champs-Elysées.
Tour feminino
As mesmas motivações levam a Volta da França feminina a partir pela primeira vez do exterior, de Roterdam, no dia 12 de agosto, um dia após a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos, e a ter metade de suas oito etapas fora das fronteiras de França, antes de chegar ao Alpe d'Huez.
Já os atletas masculinos passarão a maior parte do tempo do circuito na França, mas começarão com três etapas em solo italiano que - "uma anomalia da história para este país que cultiva a lenda do ciclismo", de acordo com Prudhomme - nunca havia sediado antes uma "grande partida".
Além da largada, as três primeiras etapas também ocorrerão na Itália, o que ocorrerá cem anos após a vitória de Ottavio Bottecchia. A passagem pela Itália deverá reavivar a memória de Marco Pantani, vencedor da Volta da França e do Giro d'Italia em 1998 e conhecido como "O Pirata"; nascido em Cesenatico, o atleta continua muito presente no coração dos italianos.
O pelotão retornará à França cruzando pela primeira vez os Alpes pela subida "interminável" em direção a Sestrières [que soma 40 km], as passagens de Montgenèvre, Lautaret e Galibier, para chegar a Valloire. "Subir tão alto tão cedo no quarto dia é inédito", insiste Prudhomme.
"Próximo do céu"
Esta etapa, no entanto, prevê um circuito menos montanhoso que o deste ano - 27 passagens, três a menos que em 2023 - mas que muitas vezes será "próximo do céu". Com sua altura de 2.642 m, o Galibier costuma ser o "telhado" da Volta da França. Mas, desta vez, será superado pelo cume da Bonnette, que fica a 2.802 m, a estrada asfaltada mais alta do país, que o pelotão percorrerá durante a 19ª etapa rumo à Isola 2000, que também passa pelo Col de Vars (2.109 m).
Incluindo também o desafiador Tourmalet (2.115 m), nos Pireneus, os ciclistas percorrerão nada menos que 25 km além da barreira dos 2 mil metros de altitude. Um lugar onde o campeão esloveno Tadej Pogacar nunca se sentiu muito confortável, ao contrário do seu rival dinamarquês Jonas Vingegaard, atual vencedor da prova, e que parecia animado com as informações reveladas nesta quarta-feira.
Mas a Volta de 2024 oferece outros tipos de terreno que provavelmente agradarão ao "canibal esloveno", como é conhecido Pogacar. Começando com o último fim de semana nos campos de treinamento do residente de Mônaco com uma penúltima etapa compacta (133 km), mas íngreme até o topo do Col de la Couillole, antes dos 34 km muito acidentados entre Mônaco e Nice, no último dia.
Antes deste trecho, haverá uma primeira corrida contra o relógio de 25 km no final da primeira semana em terreno plano nas vinhas entre Nuits-Saint-Georges e Gevrey-Chambertin, um convite para o prodígio belga Remco Evenepoel, que deverá competir na sua primeira Volta, em 2024.
Velocistas
A competição também reserva etapas aos velocistas, incluindo a que chega à base da Croix de Lorraine em Colombey-les-Deux-Églises, cidade do general Charles de Gaulle, onde ele faleceu em 9 de novembro de 1970. Mas também, para quebrar a rotina das etapas planas, uma volta em torno de Troyes - são 14 trechos no programa em um total de 32 km.
O circuito também revisitará a grande cadeia montanhosa francesa do Maciço Central, para uma 11 ª etapa potencialmente explosiva, com 4.350 m de ganho de elevação. Antes de seguir em direção aos Pireneus para duas das quatro chegadas ao cume dessa Volta de 2024: primeiro no Pla d'Adet, via Tourmalet, para o 50º aniversário da última vitória de Raymond Poulidor, e no dia seguinte no Plateau por Beille.
Em resumo, a prova de 2024 parece entregar algo para todos nesta edição tão especial, antes de partir para bases mais tradicionais em 2025, com regresso já confirmado na avenida Champs-Elysées, e uma possível largada de Hauts-de-France.
Ainda sobre a prova feminina, três das oito etapas serão disputadas na Holanda, incluindo duas no mesmo dia, para compensar o fato de a corrida ter um dia a menos. A prova só partirá na segunda-feira, após o encerramento dos Jogos de Paris. Depois da Holanda, as ciclistas partem em direção à Bélgica, com passagem por Liège. No dia 15 de agosto, as meninas chegarão à França, em Amnéville, durante a 5ª etapa do circuito.
(Com AFP)
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