Arquipélago espanhol das Canárias enfrenta risco de saturação com chegada massiva de migrantes
Quase 1.500 migrantes do continente africano chegaram ao litoral das Ilhas Canárias no último fim de semana, segundo os serviços de emergência do arquipélago espanhol. Desde o início de 2023, estima-se que 27.000 mil pessoas desembarcaram no arquipélago, principalmente vindas da costa do Senegal. As chegadas são tão numerosas que existe o risco de saturação e de sobrecarga dos serviços de emergência.
Na ilha de Tenerife, mais de 10.000 migrantes, principalmente senegaleses, desembarcaram desde o início de outubro no arquipélago das Canárias, cujos centros de acolhimento estão lotados, informa François Musseau, correspondente da RFI em Madri.
Isso faz com que muitos migrantes não consigam encontrar um refúgio e são deixados à própria sorte. São tantos que as autoridades espanholas já não disponibilizam advogados aos recém-chegados, o que cria situações muito difíceis para mães ou crianças, uma vez que não são identificadas e não podem receber auxílio.
Várias ONGs denunciam uma grave falha do Estado de direito no local. As autoridades espanholas enfrentam o fato de as autoridades senegalesas já não respeitarem o tratado que permite a devolução desses migrantes.
"Liberdade hipócrita"
"O que acontece é que depois dos três dias regulamentares nas delegacias, eles liberados, enquanto, obviamente, os menores ficam aos cuidados do governo autônomo das Canárias", explica Laetitia Marthe da Rede de Solidariedade com os Migrantes nas Canárias, entrevistada por Claire Fages, da redação África da RFI.
"Mas os adultos, depois de alguns meses nos centros de acolhimento, são livres para circular; por isso, é uma liberdade um tanto hipócrita, pois estão em situação irregular, portanto não têm direito nem para trabalhar, não podem tirar férias e não podem pegar um avião para ir ao continente. Ao mesmo tempo, não existe razão para impedir a liberdade de circulação dentro do território nacional."
Como resultado, esses migrantes senegaleses, que se dirigiram à Espanha tanto por razões econômicas, como por razões de instabilidade política, crescem em número todos os dias. Até agora, milhares de pessoas foram transportadas de avião para a península espanhola, mas, novamente, diz o governo, é cada vez mais difícil dirigir todos aos centros de acolhimento.
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