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Milei mira votos de moderados para vencer 2º turno na Argentina

23/10/2023 14h06

BUENOS AIRES, 23 OUT (ANSA) - O ultraliberal Javier Milei, surpreendido pelo peronista de centro-esquerda Sergio Massa nas eleições presidenciais na Argentina, adotará um discurso mais moderado para tentar conquistar os votos obtidos pela candidata de centro-direita Patricia Bullrich e vencer o segundo turno.   

A derrota no primeiro turno deixou sua marca em Milei e no seu intransigente projeto ultraliberal simboliza pela imagem de uma serra elétrica.   

Da perspectiva de uma vitória quase certa no último domingo (22), aquele que até ontem se apresentava como "o rei leão de um mundo perdido" que veio "para desmantelar a casta política corrupta", se viu obrigado a baixar o tom para ter uma chance de vitória no segundo turno contra o peronismo progressista que ressuscitou das cinzas com o atual ministro da Economia, Sergio Massa, favorito.   

Após a publicação dos primeiros resultados, o líder da aliança A Liberdade Avança (LLA) demorou mais de duas horas para sair do seu quarto no 21º andar do Hotel Sheraton e informar aos seus apoiadores que os escassos 30% obtidos no primeiro turno terão que se somar com os 23,8% recebidos por Bullrich no próximo dia 19 de novembro.   

"A campanha eleitoral significou que muitos daqueles que querem mudanças se encontram em desacordo, e considero que esse processo de agressão e ataques terminou. Estou disposto a começar do zero para pôr fim ao Kirchnerismo", declarou Milei no seu primeiro discurso após a publicação dos resultados.   

Do lado de fora, o desânimo tomou conta dos apoiadores que se reuniram em torno do hotel durante horas. "É impossível, é uma fraude", disseram.   

Com mais de 90% das urnas apuradas, Massa, da coalizão União pela Pátria (UxP) recebeu 36,29% dos votos, contra 30,19% de Milei. A conservadora Bullrich, da coligação macrista Juntos pela Mudança (JxC), aparecia na terceira posição, com 23,82%.   

O resultado parcial mostra um desempenho acima do esperado de Massa, cuja coalizão tinha ficado em terceiro lugar nas primárias de agosto. (ANSA).   

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