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Itália alerta que eventual trégua 'protegeria' Hamas

23/10/2023 11h26

LUXEMBURGO, 23 OUT (ANSA) - O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, alertou nesta segunda-feira (23) que uma eventual trégua anunciada por Israel na guerra poderia beneficiar o grupo fundamentalista islâmico Hamas.   

Em declaração à margem de uma reunião de dois dias com os ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Luxemburgo, Tajani defendeu "pausas humanitárias para permitir a entrada de suprimentos em Gaza", algo que a maioria dos países-membros do bloco também apoia, mas enfatizou que "a trégua é uma outra coisa".   

"A trégua não pode significar renúncia por parte de Israel a sua própria defesa e se abster de atacar o Hamas enquanto o Hamas e o Hezbollah continuam a lançar foguetes contra o território israelense", explicou.   

De acordo com o chanceler italiano, "a pausa humanitária diz respeito à proteção do povo palestino", mas uma possível "trégua neste momento corre o risco de proteger o Hamas".   

Além disso, Tajani ressaltou que o objetivo a ser alcançado, que é o da posição italiana, é o de "dois povos, dois estados, dando ao povo palestino uma perspectiva para acabar com a guerra".   

Em relação às manifestações pró-Palestina, ele disse que se os protestos forem realizados em defesa do povo palestino sem elogiar o terrorismo ou o Hamas é correto autorizá-las". No entanto, se os atos apoiarem a violência ou forem contra o povo judeu não devem ser aprovados.   

Mobilizações pró-Palestina e pró-Israel tomaram as ruas de diversos países desde o início do conflito entre Israel e Hamas, sendo que em muitos deles foram registrados confrontos. A guerra também deixou a União Europeia em alerta para evitar terrorismo, principalmente depois de dois ataques extremistas na França e Bélgica.   

Entretanto, Tajani garantiu que na Itália não há ameaças reais de ataques terroristas, mas o governo da premiê Giorgia Meloni está vigilante. "A polícia e a inteligência estão trabalhando para prevenir possíveis atos terroristas, não é por acaso que a fronteira com a Eslovênia foi fechada", concluiu. (ANSA).   

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