Filipinas dizem que guarda costeira chinesa colidiu "intencionalmente" com seus barcos
Por Enrico Dela Cruz e Karen Lema
MANILA (Reuters) - As Filipinas acusaram nesta segunda-feira os navios da guarda costeira chinesa de colidirem "intencionalmente" com suas embarcações em uma missão de reabastecimento em uma parte disputada do Mar do Sul da China, à medida que os laços entre o Sudeste Asiático, aliado dos Estados Unidos, e Pequim se deterioram.
Os dois lados trocaram acusações após o último incidente no domingo, que foi o mais grave até agora nas águas em torno do disputado banco de areia Second Thomas, embora ninguém tenha se ferido.
A China disse no domingo que os barcos filipinos "se chocaram perigosamente" com as embarcações da guarda costeira e com "embarcações pesqueiras chinesas" que pescavam no local.
E, na segunda-feira, a embaixada da China em Manila afirmou que havia apresentado representações severas às Filipinas sobre a "invasão" de suas embarcações e pediu ao governo filipino que pare de "causar problemas e provocações" no mar e de manchar a reputação da China com "ataques infundados".
Autoridades filipinas do conselho de segurança nacional, da guarda costeira, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Defesa e das Forças Armadas condenaram as ações da guarda costeira chinesa.
Junto de sua aliada, os Estados Unidos expressaram formalmente sua preocupação. O Ministério das Relações Exteriores da China disse que a declaração dos EUA ignorou os fatos.
"A Guarda Costeira chinesa e as embarcações da milícia marítima, em flagrante violação do direito internacional, assediaram e atingiram intencionalmente" o barco de suprimentos e o navio da guarda costeira de Manila, disse o secretário de Defesa das Filipinas, Gilberto Teodoro, em uma coletiva de imprensa.
"Essa é uma grave escalada das atividades ilegais conduzidas pelo governo chinês no Mar das Filipinas Ocidental, em total desrespeito a qualquer norma ou convenção do direito internacional", disse Teodoro após participar de uma reunião de segurança convocada pelo presidente Ferdinand Marcos Jr.