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Quem são os filhos de Flordelis e o que dizem sobre o papel dela no crime

do UOL

Colaboração para o UOL

05/11/2022 04h00

Durante o segundo júri popular de acusados de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, mais dois filhos da ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza foram condenados pela participação no crime. As investigações da Polícia Civil apontam que ela foi a mandante do crime contra o marido, que foi assassinado a tiros quando entrava em casa em Niterói em junho de 2019. A história da ex-deputada agora virou documentário do Globoplay que estreia hoje.

Anderson do Carmo controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, a denominação evangélica que era comandada pela família —formada pelo casal e mais de 50 filhos adotivos.

Veja quem são alguns dos filhos de Flordelis envolvidos no crime e o que já falaram sobre o papel dela na morte do marido:

Carlos Ubiraci

Carlos Ubiraci - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Carlos Ubiraci, de óculos
Imagem: Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado a 2 anos, 2 meses e 20 dias de prisão por associação criminosa armada.

Ele foi absolvido da participação no crime, das acusações de tentativa de homicídio triplamente qualificado e da tentativa de homicídio duplamente qualificado pelos episódios de envenenamento contra Anderson.

Interrogado na madrugada desta quarta-feira (13), ele negou relação com o crime e disse pela primeira vez que "acredita, sim" que Flordelis teve participação direta na morte do marido.

Carlos jamais havia externado qualquer suspeita em relação à mãe. Anteriormente, ele havia dito à polícia não acreditar no envolvimento da pastora com o crime, mas chegou a ressaltar que, mesmo se houvesse essa ligação, ele "não viraria as costas nem deixaria de estar do lado dela, pois é sua mãe e ela o ajudou muito".

Flávio dos Santos Rodrigues

Lucas Cézar dos Santos de Souza (à esq.) e Flávio dos Santos Rodrigues (à dir., de cabeça baixa) - Ruben Berta/UOL - Ruben Berta/UOL
Lucas Cézar dos Santos de Souza (à esq.) e Flávio dos Santos Rodrigues (à dir., de cabeça baixa)
Imagem: Ruben Berta/UOL

Flávio dos Santos Rodrigues foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão por homicídio, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e associação criminosa. Ele foi apontado como o autor dos disparos que mataram o pastor.

Durante o julgamento realizado no dia 24 de novembro de 2021, Flávio preferiu se manter em silêncio. Durante as investigações da polícia, ele chegou a confessar que atirou no padrasto. Porém, ele voltou atrás e negou o envolvimento no crime.

Outro filho de Flordelis, Lucas Cézar afirmou que, durante um encontro numa padaria, o irmão Flávio teria dito que "acabaria com o sofrimento" da mãe, ao se referir a problemas dela com Anderson do Carmo. Esses problemas, segundo ele, envolviam os recursos da família.

Lucas Cézar dos Santos de Souza

Lucas Cézar (esq.) - Tomaz Silva/Agência Brasil - Tomaz Silva/Agência Brasil
Lucas Cézar (esq.)
Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil

Acusado de ter comprado a arma usada no crime, Lucas Cézar dos Santos de Souza foi condenado a sete anos e seis meses de prisão por homicídio.

Durante o julgamento, afirmou que a ex-deputada pediu, em carta, que ele assumisse a autoria do crime. "Ela disse que iria me dar toda a assistência, que tinha o apoio da primeira-dama e de um ministro", declarou Lucas.

No entanto, a carta, que teria sido entregue a ele dentro do presídio, nunca apareceu.

Lucas chegou a incriminar outros filhos adotivos de Flordelis —Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, e Luan dos Santos— numa carta falsa que teria sido redigida a pedido dela, segundo as investigações.

Adriano dos Santos Rodrigues

Adriano dos Santos - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Adriano dos Santos
Imagem: Reprodução/Twitter

Adriano dos Santos Rodrigues é filho biológico de Flordelis. Ele também foi condenado nesta quarta-feira (13) a 4 anos, 6 meses e 20 dias pelos crimes de uso de documento falso e associação criminosa armada.

Ele foi acusado de envolvimento na trama para confeccionar a carta falsa, feita para tentar inocentar Flordelis, que atrapalhou as investigações. O plano foi arquitetado junto com o casal Marcos Siqueira Costa, um ex-policial militar, e Andrea Santos Maia —ambos também foram condenados pelo crime.

Segundo as investigações, a mensagem falsa dizia que Lucas teria revelado que Misael ofereceu a ele um emprego e um carro em troca de um "susto" em Anderson do Carmo.

Wagner Andrade Pimenta

Wagner Pimenta - Herculano Barreto Filho/UOL - Herculano Barreto Filho/UOL
Wagner Pimenta
Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Wagner Andrade Pimenta, o Misael, afirmou por mais de uma vez, durante depoimento realizado em 2021, que a ex-deputada foi a mandante do assassinato do pastor.

Ele disse que foi manipulado pela mãe, assim como outros irmãos suspeitos de envolvimento na morte do pastor.

O filho também contou que, durante um encontro com Flordelis depois da morte de Anderson, ela teria afirmado que "aqui não tem luto", ao se referir a uma possível tristeza diante da morte de seu marido.

Segundo Misael, a mãe "escreveu num papel que jogou o celular de Anderson na ponte Rio-Niterói", porque "temia que a polícia tivesse colocado escuta na casa".

André Luiz de Oliveira

André Luiz - Reprodução - Reprodução
André Luiz
Imagem: Reprodução

As trocas de mensagens no WhatsApp entre Flordelis e o filho André Luiz de Oliveira são, para os investigadores, as provas mais contundentes da participação da ex-deputada na morte de Anderson.

Nos diálogos, fica clara a existência de um plano para envenenar a vítima e matá-la.

"Mãe, eu tô com a senhora. Não dá pra eu fazer muita coisa, mas tô com a senhora", afirmou André em resposta aos pedidos da mãe para que ele ajudasse no assassinato do marido.

A defesa de Flordelis alega que as mensagens não foram escritas por ela, uma vez que era comum diversas pessoas usarem seu telefone celular na casa.

Ele teve sua audiência adiada depois que o advogado passou mal.

O que diz Flordelis?

Durante todo o processo, Flordelis negou ter qualquer ligação com a morte do marido. Em live realizada por ela horas antes de ser presa, a pastora e ex-deputada reafirmou sua inocência: "Caso eu saia daqui hoje, saio de cabeça erguida porque sei que sou inocente. Todos saberão que sou inocente, a minha inocência será provada e vou continuar lutando para garantir a minha liberdade, a liberdade dos meus filhos e da minha família, que está sendo injustiçada"

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