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Bolsonaro critica TSE e diz que vai 'às últimas consequências' sobre rádios

do UOL

Do UOL, em São Paulo

26/10/2022 20h30Atualizada em 26/10/2022 21h55

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, fez um pronunciamento para a imprensa hoje à noite, no qual criticou duramente o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o presidente do Tribunal, Alexandre de Moraes, após o ministro barrar a ação da campanha do candidato sobre inserções em rádios nordestinas.

"Nosso jurídico deve entrar com recurso, já que foi para o STF (Supremo Tribunal Federal). Da nossa parte, iremos às últimas consequências dentro da Constituição para fazer valer o que nossas auditorias constataram: enorme desequilíbrio das inserções [de rádios], isso interfere na quantidade de votos no final da linha", afirmou.

"O senhor Alexandre de Moraes matou no peito o processo, encaminhou para o Supremo, para o inquérito de fake news que ele mesmo conduz. Não segue nossa Constituição e não tem respaldo do Ministério Público", continuou. No fim do pronunciamento, anunciou: "Sabemos que está em cima, as eleições estão aí, mas meu lado foi muito prejudicado e não foi de agora. Quem tiver mais voto na urna deve assumir o cargo na data adequada".

O discurso de Bolsonaro ocorre após Moraes rejeitar a ação movida pela campanha do presidente sobre supostas irregularidades em inserções de rádio no Norte e no Nordeste. O mandatário alega no TSE que emissoras das regiões exibiram mais programas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que de sua campanha, o que teria beneficiado o petista. Em decisão, o magistrado diz que a acusação trouxe elementos "extremamente genéricos e sem qualquer comprovação".

O presidente disse, no início do pronunciamento, que estava cumprindo agenda em Minas Gerais e partiria para o Rio de Janeiro, mas resolveu voltar para Brasília "devido à gravidade dos fatos que estão acontecendo".

Antes do anúncio público, auxiliares da campanha, ministros e os comandantes das Forças Armadas foram convocados por Bolsonaro para uma reunião no Palácio da Alvorada, conforme apurou a colunista Carla Araújo, do UOL.

Ontem, a campanha de Bolsonaro disse ao TSE que os dados levados à Justiça Eleitoral se referem a um "estudo técnico parcial" e que o documento não é apócrifo. A decisão indica que uma investigação deve ser aberta para apurar cometimento de crime eleitoral com finalidade de tumultuar o segundo turno das eleições em sua última semana.

"O presidente do TSE recebeu as provas no tempo hábil, nosso pessoal virou noites trabalhando nisso. Nos surpreende Moraes inverter o processo, nos acusar de gastar dinheiro do fundo partidário para fazer auditoria. Temos uma terceira em via de contratação, do que depender de mim, será contratada", falou o presidente.

Segundo Bolsonaro, o Tribunal teria favorecido Lula ao conceder direito de resposta.

Tudo isso temos notado, não é de agora. Em certos locais que achei que iria bem e poderia até ganhar, vimos que perdemos. As inserções fizeram ou poderiam ter feito a diferença. Não existe outro fator que podemos levar em conta nesse momento
Jair Bolsonaro

Nos ataques a Moraes, o chefe do Executivo ironizou o TSE "investigar muita coisa por print de 'zap'", em referência aos empresários investigados por mensagens a favor de golpe de Estado em caso de vitória de Lula.

O candidato do PL também citou a exoneração de Alexandre Gomes Machado da Secretaria Judiciária da Corte foi motivada por "reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política". O TSE diz que o caso será devidamente apurado e afirmou que as declarações feitas pelo ex-funcionário à Polícia Federal são "falsas e criminosas".

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