Junta militar do Chade assina acordo com rebeldes para iniciar diálogo nacional
O comandante da junta militar do Chade, Mahamat Idriss Deby Itno, assinou nesta segunda-feira (8) no Catar um acordo com mais de 40 grupos da oposição, mas sem a participação da principal força rebelde, para iniciar um diálogo nacional.
O acordo, que prevê o início de discussões em 20 de agosto na capital N'Djamena, deve preparar o caminho para a volta de um governo civil ao país africano.
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A Frente para a Alternância e a Concórdia no Chade (FACT), principal grupo rebelde, não assinou o acordo, apesar das esperanças dos mediadores de Doha, que tentaram convencer o grupo até o último momento.
Vários movimentos do país africano negociam há cinco meses, com a mediação do Catar, para tentar acabar com décadas de instabilidade neste país de 16 milhões de habitantes.
A história do Chade independente, colônia francesa até 1960, está marcada por golpes de Estado ou tentativas e rebeliões.
Após o assassinato em abril de 2021 do presidente Idriss Deby Itno, seu filho, o jovem general Mahamat Idriss Deby Itno, foi proclamado presidente à frente de um Conselho Militar de Transição. Ele prometeu eleições livres e democráticas em um prazo de 18 meses.
O acordo é um "momento chave para o povo do Chade", afirmou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em um vídeo exibido na cerimônia oficial em Doha.
Guterres destacou, no entanto, a necessidade de um diálogo "inclusivo" para que o acordo possa ser implementado.
O ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed ben Abderrahman Al Thani, declarou que o acordo busca implementar "uma paz que substitua a agitação e os conflitos que o país viveu durante muitos anos".
No total, 42 dos 47 grupos representados nas negociações de Doha assinaram o acordo.
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