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Após fuga, presidente do Sri Lanka renuncia por email

3.jan.2020 - O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, em seu primeiro discurso político no parlamento nacional - Ishara S. KODIKARA/AFP
3.jan.2020 - O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, em seu primeiro discurso político no parlamento nacional Imagem: Ishara S. KODIKARA/AFP

14/07/2022 12h32Atualizada em 14/07/2022 13h08

O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (14), após uma onda de protestos contra a pior crise econômica na história do país.

Rajapaksa, que estava no poder desde novembro de 2019 e fugiu depois da invasão de manifestantes ao palácio presidencial, comunicou sua renúncia em um email enviado ao Parlamento.

Segundo um porta-voz do Legislativo, Indunil Yapa, a decisão do chefe de Estado foi encaminhada à Advocacia-Geral cingalesa para considerar suas implicações. "A autenticidade e a legalidade do email terão de ser checadas antes da aceitação formal", afirmou Yapa à agência AFP.

Rajapaksa está em Singapura, após uma escala nas Maldivas, e é o primeiro presidente a renunciar no Sri Lanka desde a adoção do regime presidencialista no país, em 1978. De acordo com a Constituição, seu substituto interino seria o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, cuja demissão também é exigida pelos manifestantes.

As centenas de milhares de pessoas que tomaram as ruas da capital Colombo nos últimos dias culpam tanto Rajapaksa quanto Wickremesinghe pela pior crise econômica na história do país desde sua independência, em 1948, com inflação galopante, blecautes recorrentes e escassez de combustíveis e comida.

Sem reservas internacionais disponíveis, o Sri Lanka já deu um calote de US$ 51 bilhões em sua dívida externa e agora busca um resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em maio, a repressão a atos contra o governo já havia deixado nove mortos no Sri Lanka, forçando a renúncia do então premiê Mahinda Rajapaksa, irmão do presidente demissionário.

Já na atual onda de protestos, manifestantes chegaram a ocupar o palácio presidencial e o gabinete do primeiro-ministro e só se retiraram dos prédios oficiais nesta quinta, mas prometendo continuar a luta.

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