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Bolsonaro: 'E os petistas do bem que encheram de chute o cara baleado?'

do UOL

Do UOL, em São Paulo

12/07/2022 13h18Atualizada em 12/07/2022 13h50

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a comentar o caso do guarda municipal Marcelo Arruda, que foi morto a tiros na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR), enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos com temática do PT. Os disparos foram feitos pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.

"O pessoal da festa, todos petistas, encheram a cara dele [Guaranho] de chute. Se esse cara morre de traumatismo craniano, esses petistas vão responder por homicídio", afirmou Bolsonaro em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada.

Para os petistas, chute na cara de quem tá caído no chão é violência do bem.
Presidente Jair Bolsonaro em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada

Entre os convidados da festa de Marcelo Arruda também tinham bolsonaristas, afirmou um amigo da vítima ao UOL.

Segundo testemunhas, Guaranho invadiu a festa e gritou "aqui é Bolsonaro". Ele deixou o local e, 20 minutos depois, retornou sozinho. Foi recebido por Arruda e pela esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva. O casal se identificou como agente da segurança pública.

Marcelo Arruda sacou a arma ao mostrar o distintivo. Neste momento, conforme o registro policial, Guaranho efetuou os dois primeiros disparos, acertando a vítima. Imagens de uma câmera de segurança mostram quando Arruda, mesmo ferido e já caído, dispara contra o agente penitenciário.

Marcelo Arruda foi enterrado ontem em Foz do Iguaçu.

Investigações

Na segunda-feira, Guaranho teve a prisão preventiva decretada. A defesa do agente penal entrou com pedido para que a prisão seja revertida para domiciliar, caso Jorge se recupere dos ferimentos.

Os investigadores querem entender o que motivou a ida de Guaranho ao local da festa. A Polícia Civil investiga se houve crime de ódio com motivação política, já que o agente é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ontem, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná afastou delegada que até então conduzia o caso de Foz do Iguaçu, Iane Cardoso, das investigações. Ela fez diversas publicações contra petistas em suas redes sociais em 2017, em que dizia, por exemplo, que "integrantes do partido ou estão mentindo", "ou estão roubando e cuspindo".

O PT pede a federalização do caso, mas a solicitação deve ser rejeitada pela Procuradoria-Geral da República, segundo informaram fontes ao UOL.

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