Uruguai suspende frigorífico por enviar carne não permitida para a China
Em entrevista coletiva, o ministro afirmou que a administração aduaneira chinesa o havia informado da não conformidade do produto de origem uruguaia. Isso porque houve uma discrepância com a descrição do embarque, razão pela qual foi decidido deixar de emitir o certificado sanitário internacional para a empresa.
Mattos também destacou que, além do veto ao frigorífico, a autorização do funcionário do Ministério que havia emitido o certificado sanitário também foi suspensa.
"O que está especificamente envolvido é uma inspeção pelo serviço sanitário chinês de mercadorias uruguaias originárias do estabelecimento Rondatel, no departamento de Colônia, na qual foi encontrada a presença de um produto descrito como gordura corporal bovina não conforme", explicou o ministro.
Ele também afirmou que já foi iniciado um processo de investigação, que deverá levar alguns meses para detectar a origem do ocorrido e, assim, "cumprir rigorosamente" o protocolo assinado pelas duas nações.
"Consideramos que se trata de um episódio isolado. Esperamos que este seja o caso, temos que corroborá-lo no processo de investigação, mas esta foi uma descoberta de um volume muito baixo de produto. Não deveria ter acontecido, mas se o considerarmos no grande volume que temos exportado para a China, entendemos que este foi um caso isolado cujas origens e causas teremos que descobrir", disse.
Em abril, a China já havia suspendido compras de outro frigorífico uruguaio - desta vez por não conformidade com a rotulagem - e, três meses depois, o governo do país sul-americano reabilitou a empresa para que ela pudesse voltar a exportar para o gigante asiático.
Por outro lado, o ministro lamentou que a empresa de Rosário tenha que fechar suas portas até a nova liberação do governo, já que mais de 90% de sua produção é destinada à China, e isso significa que cerca de 300 trabalhadores locais ficarão temporariamente desempregados.
"Neste ano vamos exportar cerca de 300 mil toneladas, exportaremos cerca de US$ 1,5 bilhão, será um número recorde. Esse episódio, que consideramos isolado, não significa que haja uma quebra de confiança entre o Ministério da Pecuária e seus serviços e a autoridade sanitária chinesa. Reforçamos nosso compromisso", reiterou Mattos. EFE
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