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Aérea ITA, do Grupo Itapemirim, recebe queixas por atraso de pagamentos

Avião da Itapemirim terá a fuselagem toda amarela, mesmo esquema de cores dos ônibus da empresa - Douglas Cavalcanti/Divulgação
Avião da Itapemirim terá a fuselagem toda amarela, mesmo esquema de cores dos ônibus da empresa Imagem: Douglas Cavalcanti/Divulgação

Luciana Dyniewicz

25/08/2021 17h00

Depois de ter sido alvo, há duas semanas, de reclamações de funcionários que não recebiam em dia, a companhia aérea ITA, do grupo Itapemirim, foi questionada agora pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) sobre o atraso no pagamento de verbas rescisórias de trabalhadores que pediram demissão. Segundo a entidade, esses pagamentos, que deveriam ocorrer em até dez dias, estavam levando entre 20 e 40 dias para serem feitos.

Ainda de acordo com o sindicato, os ex-funcionários da empresa começaram a receber na terça-feira passada - um dia após a notificação da entidade. Segundo o presidente do SNA, comandante Ondino Dutra, férias e décimo terceiro salário proporcionais não vinham sendo depositados dentro do prazo legal. Em nota, a ITA informou que "todas as verbas relativas aos contratos de trabalho rescindidos pela empresa estão quitadas, obedecendo todos os prazos impostos pela legislação vigente".

No início deste mês, o sindicato já havia convocado uma reunião com funcionários da companhia aérea para discutir uma série de descontentamentos dos tripulantes. Atrasos no pagamento do salário e de benefícios, além da falta de comunicação interna, estavam entre as reclamações.

Na ocasião, a ITA afirmou que um problema técnico havia ocorrido quando a empresa tentou centralizar os pagamentos em um único banco. Isso teria atrasado apenas o pagamento referente a julho. O Estadão, porém, teve acesso a documentos que comprovam atrasos em outros meses. Para completar, os profissionais sofrem com a crise do setor. Em 2020, a Latam demitiu 2,7 mil tripulantes e a Avianca foi à falência, deixando centenas de profissionais sem trabalho.

Companhia novata

Criada pelo grupo de transporte rodoviário Itapemirim, a ITA começou a voar em julho, com quatro meses de atraso em relação ao cronograma inicialmente anunciado. De acordo com a empresa, a pandemia de covid-19 retardou o envio de aeronaves que estavam no exterior para o Brasil.

Apesar de o grupo Itapemirim estar em recuperação judicial, a ITA não faz parte do processo. A criação e a operação da companhia aérea, no entanto, já consumiram R$ 42,5 milhões do grupo, de acordo com um documento publicado pela empresa que acompanha o processo de recuperação judicial, a EXM Partners.

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