Pesquisadores descobrem restos de rua romana na Lagoa de Veneza
Sua presença foi identificada graças a um mapeamento do leito lagunar feito com um sonar de alta resolução e está documentada em um estudo publicado na revista Scientific Reports pelo Instituto de Ciências Marinhas do Conselho Nacional de Pesquisas (Ismar-CNR) e pela Universidade Iuav de Veneza.
"Fizemos um mapeamento com o sonar porque queríamos estudar a morfologia dos canais em 3D, já que eles são difíceis de se estudar por causa da turbidez da água", diz à ANSA a geofísica do CNR Fantina Madricardo.
"Examinando os dados coletados, notamos a presença de 12 estruturas de natureza antrópica, alinhadas por mais de um quilômetro na direção nordeste, a cerca de quatro metros de profundidade", acrescenta.
Uma dessas estruturas já havia sido objeto de investigação por parte de Ernesto Canal, pioneiro em pesquisas arqueológicas na Lagoa de Veneza, culminando na descoberta de ânforas e numerosas pedras que os romanos usavam para construir estradas.
"Após compararmos com o que os mergulhadores encontraram nos anos 1980, deduzimos que estávamos vendo aglomerados de pedras que pavimentavam uma estrada romana ao longo do litoral arenoso, hoje submerso", diz Madricardo.
Além disso, perto da Bocca di Lido, um dos acessos do Mar Adriático à Lagoa de Veneza, os pesquisadores identificaram outras quatro estruturas a 11 metros de profundidade. A maior mede 135 metros de comprimento e quatro de altura. "Pode ser um muro ou provavelmente uma parte de uma estrutura portuária ou um cais", afirma a geofísica do CNR.
A presença desses achados confirma que a região já abrigava assentamentos estáveis séculos antes do surgimento de Veneza, que foi construída sobre diversas ilhas situadas na lagoa homônima.
As pesquisas vão continuar, mas agora para entender melhor a natureza desses artefatos e descobrir se a construção de grandes barragens, como as comportas móveis do sistema Mose (projeto criado para combater alagamentos em Veneza), alterou sua posição na lagoa. (ANSA).
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