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China acusa EUA de serem origem da maioria dos ciberataques do mundo

20/07/2021 22h00

Pequim, 20 jul (EFE).- O governo da China, através do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, acusou nesta terça-feira os Estados Unidos de serem a fonte da maioria dos ciberataques do mundo e de realizar escutas "tanto de rivais como de aliados".

Zhao respondeu assim às acusações de Otan, EUA e países como Reino Unido, Austrália, Canadá e Japão sobre o suposto envolvimento da China com o ciberataque global contra a Microsoft que afetou cerca de 250 mil clientes no mundo todo em março deste ano.

Esse ataque atingiu instituições como a Autoridade Bancária Europeia, o Parlamento da Noruega e a Comissão do Mercado Financeiro do Chile.

A China também recebeu acusações, de forma menos contundente, da União Europeia (UE), cujo alto representante para Política Externa, Josep Borrell, pediu em comunicado que o governo chinês "não permita que o país seja utilizado para atividades cibernéticas maliciosas".

Os EUA declararam, em comunicado, que o Ministério de Segurança Pública da China, principal órgão policial e de inteligência do país, "contrata hackers criminosos" para realizarem "operações cibernéticas não permitidas em nível global" como extorsão, sequestro criptográfico e roubo de vítimas para lucrar.

Zhao classificou como "inaceitável" a "coalizão dos Estados Unidos com seus aliados com o objetivo de culpar a China".

ACUSAÇÕES "IRRACIONAIS".

O porta-voz chinês disse que as acusações "irracionais" dos EUA e dos seus aliados são para "fins políticos" e que a China "nunca as aceitará".

Zhao minimizou o significado das acusações contra a China, pois, segundo ele, "um pequeno número de países não pode representar a comunidade internacional".

De acordo com o porta-voz, a China tomará as medidas necessárias para garantir a segurança cibernética do país e proteger os seus interesses.

A atividade no ciberespaço é "difícil de ser localizada" e deveria haver "provas completas e suficientes" antes de "ligar os ataques cibernéticos ao governo de outro país", disse Zhao.

"A China se opõe completamente a qualquer forma de ataques cibernéticos e não incentiva nem apoia ataques de hackers", comentou o porta-voz.

REAÇÕES DAS EMBAIXADAS.

Em comunicado publicado nesta terça-feira no site da embaixada chinesa na União Europeia, a China diz que as declarações de UE e Otan "não se baseiam em fatos e provas, mas em especulações e acusações sem fundamento".

De acordo com a embaixada chinesa em Camberra, a Austrália "segue os passos e papagaios da retórica americana" e é "cúmplice em atividades de escuta no âmbito da Aliança Cinco Olhos", o acordo de inteligência entre EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

"O que o governo australiano fez é extremamente hipócrita, com um ladrão gritando 'pega ladrão!'", afirmou o texto da delegação chinesa na Austrália.

Já a missão chinesa na Nova Zelândia classificou as acusações como "irresponsáveis" e apresentou uma queixa formal às autoridades do país. No Canadá, a embaixada também disse que as acusações consistem em uma "difamação maliciosa".

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