Topo
Notícias

Em novo golpe às liberdades, governo de Hong Kong vai censurar filmes

11/06/2021 06h44

O governo de Hong Kong concedeu a um comitê de censura, nesta sexta-feira (11), o poder de proibir qualquer filme que seja considerado uma ofensa à segurança nacional - um novo golpe para a liberdade política e cultural no território. Em um ano, o clima político se deteriorou consideravelmente na ex-colônia britânica com a dura repressão ao movimento pró-democracia, que organizou as manifestações multitudinárias em 2019 contra a ingerência de Pequim.

Em um comunicado, o Executivo de Hong Kong indicou que estava ampliando o texto que rege a censura a qualquer atividade que "ameace a segurança nacional". "Quando analisa o filme em seu conjunto e seu impacto nos espectadores, o censor deve levar em conta sua obrigação de prevenir e impedir qualquer ato, ou atividade, que possa constituir uma ameaça para a segurança nacional", afirma a nova diretriz.

O texto, com efeito imediato, também afirma que cabe ao censor, em nome do "povo de Hong Kong", "salvaguardar a soberania, a unificação e a integridade territorial da República Popular da China". Os instrumentos da nova medida são a rígida lei de segurança nacional imposta por Pequim e uma reforma política que visa garantir que apenas os patriotas governarão Hong Kong".

Cinemas sob censura

Na China continental, raramente é permitido que filmes ou documentários ocidentais sejam exibidos nas telas de cinemas. Durante muito tempo, Hong Kong foi um importante pólo do cinema asiático e, em seu auge, foram produzidos até 200 filmes em cantonês, recebidos com entusiasmo por cinéfilos da Ásia e de todo mundo. O famoso ator Bruce Lee, o mestre das artes marciais, foi uma de suas figuras de destaque.

A cidade continua a ter estúdios de cinema, diretores renomados e uma cena independente muito ativa. No entanto, as autoridades parecem exercer um controle cada vez maior sobre o mundo cultural e artístico de Hong Kong.

Em março, um documentário sobre o bloqueio de estudantes pró-democracia na Universidade PolyU, em novembro de 2019, foi retirado da programação horas antes de sua estreia.

Com informações da AFP

Notícias