Posição no conflito entre Israel e Palestina gera polêmica na Argentina
A polêmica foi desencadeada depois que ontem o Ministério das Relações Exteriores argentino emitiu um comunicado em que expressava a "profunda preocupação" do governo de Fernández com a escalada da violência no conflito.
No documento, a Argentina disse estar preocupada com o que considera ser uso desproporcional da força por parte das unidades de segurança israelenses em face dos protestos sobre os despejos de famílias palestinas em Jerusalém Oriental, o que gerou críticas dos opositores.
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O país vizinho também expressou preocupação com a resposta através do lançamento de mísseis e dispositivos incendiários da Faixa de Gaza.
O presidente da União Cívica Radical (UCR), deputado Alfredo Cornejo, expressou seu repúdio à nota oficial através do Twitter. "É tremendo ter que explicar ao Ministério das Relações Exteriores que o Hamas é um grupo terrorista", escreveu. "As relações externas de nosso país não podem continuar nas mãos daqueles que ignoram a política internacional", acrescentou.
Por sua vez, o vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Radical Facundo Suárez Lastra, disse que o comunicado "carece de equilíbrio e omite a condenação do terrorismo".
Enquanto isso, a presidente da Proposta Republicana (Pro), Patricia Bullrich, enviou uma carta à embaixadora de Israel em Buenos Aires, Galit Ronen, na qual expressava sua solidariedade diante do que definiu como "ataques intoleráveis e injustificáveis" da Faixa de Gaza e apoiava "o legítimo exercício do direito de defesa" de Israel.
PREOCUPAÇÃO DE ISRAEL
Ronen expressou sua preocupação com a posição do governo argentino e considerou que a nota do Ministério das Relações Exteriores não expressa as relações que existem entre Israel e a Argentina, lar de uma das maiores comunidades judaicas do mundo, que ele vê como boas.
"Israel fez todo o possível para não chegar a este ponto, mas precisa proteger seus cidadãos, como qualquer país do mundo", argumentou a embaixadora em entrevista à emissora de televisão "A24".
"A violência começou de um dos lados do terrorismo do Hamas e eles estão ameaçando os cidadãos civis de Israel", completou ela.