Manifestantes indígenas saem de Cali em caravana rumo ao sul da Colômbia
Durante o terceiro dia de paralisação nacional, os indígenas se despediram da cidade à qual chegaram há mais de dez dias para apoiar os protestos iniciados em 28 de abril e onde viveram momentos de tensão e sofreram ataques como os do domingo passado.
Depois, supostos civis armados dispararam contra a "minga" - como são conhecidos os protestos indígenas - no sul da cidade e feriram oito guardas indígenas. A polícia diz ter recebido relatos de roubos e saques cometidos por indígenas.
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"A minga chegou a Cali com o objetivo de acompanhar os jovens e os cidadãos porque estávamos sendo massacrados, e um dos mecanismos desta minga são os processos de resistência civil que nos permitiram tomar ações humanitárias e mediar", disse Aida Quilcué, porta-voz do Conselho Regional Indígena do Cauca (CRIC), à Agência Efe.
"Cumprimos um dos nossos objetivos ao chegar a Cali porque fomos capazes de minimizar essas ações repressivas, sinto que pelo menos minimizaram as mortes", acrescentou.
PROTESTOS EM CALI.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, repetiu várias vezes no domingo, quando ocorreram os confrontos com os indígenas, o pedido ao CRIC para que voltassem aos seus territórios para "evitar confrontos".
Cali foi palco dos confrontos mais violentos, principalmente entre 30 de abril e 3 de maio, com episódios de brutalidade policial contra manifestantes que deixaram 35 mortos, segundo organizações sociais.
A Defensoria do Povo recebeu um relatório de 42 mortes (41 civis e um policial) durante os protestos em todo o país e 168 pessoas estão consideradas desaparecidas.