Lula chama Bolsonaro de "genocida" e admite concorrer à Presidência em 2022
Em entrevista realizada na noite de quinta-feira à emissora argentina "C5N", ao ser questionado sobre a possibilidade de concorrer às próximas eleições presidenciais, Lula disse que "se for necessário derrotar um fascista como Jair Bolsonaro, serei candidato a presidente".
As declarações ocorreram depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou ontem a decisão que anulou as sentenças proferidas em primeira instância contra o ex-presidente, recuperando assim todos seus direitos políticos.
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A decisão do STF foi tomada por oito votos a três e apoiou a posição do ministro Edson Fachin, que em março havia anulado por medida cautelar as sentenças contra Lula.
O ex-presidente destacou que, antes de avaliar sua participação em um novo processo eleitoral, será "preciso conversar muito com as demais forças políticas de centro e de esquerda", em um processo semelhante ao realizado por Alberto Fernández para ser eleito presidente da Argentina.
No entanto, Lula reconheceu que pode apoiar outro nome para concorrer à Presidência: "Tenho 75 anos, estou bem de saúde, estou bem fisicamente, mas não tem que ser eu, podemos escolher alguém que possa representar os interesses progressistas do país", disse o ex-presidente, que culpou Bolsonaro pela preocupante situação da pandemia no Brasil.
"Nunca imaginei ter no Brasil um presidente fascista e genocida. Ele é o maior responsável pelas mortes da pandemia. Ele não cuidou do povo e nem comprou vacinas", afirmou.
Lula também acusou Bolsonaro de pensar apenas nos militares. "A democracia tem que voltar ao Brasil e espero poder participar de um processo que restaure a esperança ao país", encerrou.