Estudo aponta que 5 variantes do novo coronavírus circulam em Cuba
Segundo o documento, elaborado por diversas instituições científicas cubanas, entre março e setembro do ano passado, a variante predominante na ilha foi o D614G - derivada da cidade chinesa de Wuhan -, mas entre o final de dezembro de 2020 e o final de março deste ano, cinco variantes genéticas e seis padrões de mutação foram encontrados.
A informação, publicada nesta quarta-feira nos meios de comunicação oficiais, foi divulgada ontem à noite durante reunião governamental na qual também foram aprovadas novas medidas para tentar controlar a terceira onda de infecções que o país atravessa, e que na última semana registrou mais de 1 mil casos diários.
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A diretora de Pesquisa, Diagnóstico e Referência do Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí (IPK), María Guadalupe Guzmán, explicou durante a apresentação do estudo que o aumento das variantes foi detectado inicialmente nos viajantes que chegavam ao país, mas se espalhou gradualmente aos casos locais.
Assim, a variante D614G estava reduzindo sua presença, enquanto a das variantes californiana e sul-africana (esta última detectada no país em janeiro) aumentou, disse.
Dentro do país, as províncias com maior número de variantes e padrões são Havana, Mayabeque e Pinar del Río.
A cientista destacou que embora o D614G ainda predomine em Cuba, as demais variantes presentes apresentam uma "vantagem" evolutiva que pode eventualmente levá-las a torná-las mais difundidas, principalmente a sul-africana.
O fato de essas variantes serem mais contagiosas também poderia explicar o aumento de casos ocorridos no último mês em Cuba, disse Guzmán.
O país acumulou 81.640 infecções e 440 mortes desde o início da pandemia, a maioria nesta terceira onda, que começou em dezembro do ano passado depois da reabertura de aeroportos após quase oito meses de fechamento de fronteira.