França denuncia 'repressão institucionalizada' da China contra uigures
Genebra, 24 Fev 2021 (AFP) - O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, denunciou um "sistema institucionalizado de repressão" da China contra os muçulmanos uigures em Xinjiang (noroeste), em uma intervenção nesta quarta-feira (24) no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Da região de Xinjiang, na China, recebemos testemunhos e documentos concordantes que mostram práticas injustificáveis contra os uigures e um sistema institucionalizado de vigilância e repressão em grande escala", disse Le Drian por videoconferência.
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A embaixada chinesa na França respondeu rapidamente em um tuíte - sem citar diretamente Le Drian - lamentando uma "interferência nos assuntos internos por terceiros sob o pretexto dos direitos humanos".
"A China se opõe ao uso de dois pesos duas medidas para atacar e denegrir outros países", enfatizou a embaixada em sua conta no Twitter.
As autoridades chinesas, cada vez mais atacadas pelos ocidentais pela situação em Xinjiang, elogiaram na segunda-feira o desenvolvimento socioeconômico nesta província, citando-o como um "exemplo brilhante" em seu progresso em direitos humanos.
De acordo com estudos de institutos americanos e australianos, pelo menos um milhão de uigures foram internados em "campos" em Xinjiang e alguns foram submetidos a "trabalhos forçados" ou "esterilizações forçadas".
A China nega categoricamente as acusações e afirma que os "campos" são "centros de treinamento vocacional" que visam manter a população longe do extremismo religioso e do separatismo, após os muitos ataques mortais de uigures contra civis.
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