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Segurança não é problema para viagem do Papa ao Iraque,diz bispo

23/02/2021 14h49

ROMA, 23 FEV (ANSA) - O arcebispo caldeu de Irbil, Bashar Warda, afirmou que a segurança não será um problema durante a visita do papa Francisco ao Iraque entre os dias 5 e 8 de março.   

Para o religioso, nem os recentes lançamentos de foguetes contra uma base militar e contra a Embaixada dos Estados Unidos são motivos de preocupação.   

"Ele vem trazer uma mensagem de paz", diz o arcebispo ao destacar que a maior preocupação sobre a visita, a primeira de um líder da Igreja Católica, é a pandemia de Covid-19 "porque estamos atravessando a segunda onda". "Mas, a organização da viagem está avançando com grande entusiasmo", diz ainda.   

"Há um clima geral de entusiasmo que confirma o senso de hospitalidade do povo iraquiano. Claro que alguns fundamentalistas estão usando as mídias sociais para dizer o seu 'não' [à visita] e dizer que o Papa é o rei da nova cruzada europeia. É muito normal. Mas, o sentimento geral é de grande hospitalidade para essa visita de paz e fraternidade", acrescentou o arcebispo.   

A cidade do Curdistão iraquiano será visitada pelo Pontífice no dia 7 de março e é o local em que haverá a maior celebração com a participação de fiéis. Um missa no estádio local deve reunir cerca de 10 mil pessoas e contará também com a presença de autoridades.   

Warda destaca que no palco montado para a celebração haverá a imagem de Nossa Senhora que foi parcialmente destruída pelos extremistas do grupo terrorista Estado Islâmico em 2014 em Karamles. Ela será exposta "sem as mãos, danificadas na fúria do EI, como uma memória da página ruim que vivemos", ressalta o religioso.   

Falando sobre as pequenas cidades e vilarejos que receberão Francisco, como o caso de Ur, o arcebispo fala que essas comunidades estão "muito contentes" e os governos estão fazendo todos os esforços para serem "os mais acolhedores possíveis".   

"Dizem para mim que há décadas pedem a restauração das estradas, para terem eletricidade, e agora, graças à visita do Papa, tudo isso foi feito", pontua. Em Ur, também haverá um encontro inter-religioso na "terra de Abraão, o pai dos cristãos, dos judeus e dos muçulmanos".   

Sobre temas mais práticos da vida dos iraquianos, porém, Warda pontua que é preciso ocorrer uma mudança na Constituição do país porque o artigo 2 pontua que o Islã é a "fonte primária" da legislação. "Uma norma que autoriza a marginalização dos cristãos na política e no trabalho", ressalta.   

O líder católico chegará em Bagdá, capital do Iraque, no dia 5 de março e se reunirá com o primeiro-ministro, Mustafa al-Kadhimi, e com o presidente Barham Salih, além de lideranças da Igreja.   

No dia seguinte, o Papa viaja para Najaf, onde se reúne com o grão-aiatolá Ali al-Sistani, principal clérigo xiita do país, e de lá parte para Ur. No mesmo dia, volta para Bagdá e celebra uma missa na Catedral Caldeia de São José.   

Em 7 de março, Francisco segue para um encontro em Irbil e depois sobrevoa Mosul, a "capital" do EI durante o "califado".   

Antes de retornar para Irbil, ele segue para Qaraqosh para a celebração de uma missa. O Pontífice parte de volta para Roma no dia 8 de março saindo de Bagdá. (ANSA).   

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