Vacinação deve acelerar em países pobres e emergentes, diz Macron
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira (8) que é necessário acelerar o lançamento da campanha de vacinação contra a Covid-19 nos países pobres e emergentes. Macron se reuniu em uma videoconferência com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O chefe de Estado francês se disse preocupado com o acesso à imunização em uma declaração feita no início do encontro. Segundo ele, a vacinação deve ser reforçada principalmente na África. A campanha deve ser lançada no continente nas próximas semanas, graças às primeiras entregas da vacina da Pfizer.
Os lotes estão sendo financiados pela Covax, mecanismo lançado pela ONU, com o apoio de vários países, para facilitar o acesso aos imunizantes e tratamentos. Durante o encontro, o representante da OMS insistiu na importância de uma "distribuição justa" da vacina na África e na América do Sul, e agradeceu o presidente francês pelo seu papel ativo na questão.
Os dois também discutiram a necessidade de "aumentar a capacidade de produção de vacina no mundo, multiplicando as parcerias entre produtores e a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento", de acordo com a presidência francesa. As liberação das patentes das vacinas contra a Covid-19 já começam a ser alvo de debates entre os líderes mundiais.
O chefe de Estado francês estima que, até o fim de 2021, o acesso mundial às vacinas será um "bom teste" para "um novo multilateralismo", reunindo Estados e presidentes. Macron teme que alguns países privilegiem "a diplomacia das vacinas."
O controle da capacidade de imunização pode delinear o futuro equílibrio geopolítico mundial entre potências nos próximos anos, acreditam especialistas. Estados Unidos, China, Alemanha e Rússia estariam um passo à frente. A Europa, de um modo geral, e a França, enfrentam dificuldades na campanha, por conta da falta de doses.
Aumento da capacidade de produção
Na sexta-feira, a OMS instou a um "desenvolvimento massivo das capacidades de produção" das vacinas para não acabar com todos os progressos feitos na luta contra a epidemia.
Uma centena de médicos, biologistas e juristas pediram, em um texto publicado no Jornal do Domingo, que Macron e a chanceler alemã, Angela Merkel, cumpram a promessa de transformar a vacina em um "bem mundial", para vacinar rapidamente a população do planeta de maneira igualitária.
A epidemia já deixou pelo menos 2,31 milhões de mortos no mundo desde que o escritório da OMS (Organização Mundial da Saúde) na China anunciou o surgimento da doença, no fim de dezembro de 2019.
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