Bolsonaro se isenta de culpa e diz que faltou ao AM prever problemas
O presidente Jair Bolsonaro falou hoje sobre a crise de saúde no Amazonas. Para ele, o governo federal atuou de maneira correta e o estado precisa prever quando for faltar insumos necessários para o combate à pandemia de covid-19.
"Tem que ter gente para prever quando vai faltar alguma coisa ou não para tomar previdência", afirmou o presidente em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada. "Nós aqui fomos além daquilo que nós somos obrigados a fazer", complementou, sobre a atuação do governo federal no colapso do sistema de saúde manauara.
Bolsonaro disse aos seus apoiadores que deu "dinheiro, recursos e meios" para que fosse resolvido o problema. Ele também ressaltou que o governo do estado não entrou em contato com o governo federal para pedir ajuda.
Bolsonaro afirmou que foi a White Martins, empresa que fabrica o oxigênio medicinal, que comunicou a situação de escassez do gás. "Foi em uma sexta-feira. Na segunda-feira estava lá o ministro", justificou
Intervenção na saúde
O presidente foi questionado por um apoiador sobre a possibilidade de uma intervenção federal na saúde do Amazonas. Bolsonaro não afastou a possibilidade, mas disse que a iniciativa não vai partir do governo federal.
"Eu não vou tomar a iniciativa. Primeiro o governo do estado tem que nos comunicar pedindo. A gente analisa e vê se intervém ou não", explicou. Bolsonaro conversou com os apoiadores sem usar máscara.
O que diz o governo do estado
O governo do estado do Amazonas afirmou em nota enviada ao UOL que a White Martins informou a secretaria estadual de Saúde no dia 7 de janeiro que não teria condições de suprir a demanda do insumo. Ainda segundo o comunicado, "no mesmo dia, o secretário de Estado da Saúde, Marcellus Campêlo, ligou para o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, relatando a questão e pedindo apoio logístico para trazer carga de O2 de Guarulhos e de Belém à capital amazonense."
Em coletiva de imprensa na tarde de hoje, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) e o secretário estadual de Saúde, afirmaram que a crise deve ser encarada e administrada no âmbito nacional e que o estado precisa do apoio do governo federal.
"Vai ter que ter uma força nacional, uma estratégia nacional, porque eu alerto, e alertei hoje na reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conass: aqui é só o começo. Isso vai se alastrar para o Brasil, e a crise de oxigênio tem que ser uma estratégia nacional", disse Campêlo.