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Vacinados também podem espalhar covid-19, alerta governo inglês

24/01/2021 08h54

Vice-diretor médico do governo da Inglaterra pede para quem já tomou vacina obedecer regras de isolamento para conter nova onda de coronavírus,

Pessoas que receberam a vacina contra a Covid-19 ainda podem transmitir o vírus para outras pessoas e devem continuar seguindo as regras de distanciamento social, advertiu o vice-diretor médico da Inglaterra Jonathan Van-Tam.

Em artigo no jornal Sunday Telegraph, Van-Tam enfatizou que os cientistas "ainda não sabem qual é o impacto da vacina na transmissão", ainda que estudos apontem que a vacina Pfizer/BioNTech, por exemplo, seja capaz de evitar que alguns vacinados transmitam o vírus.

Ele disse que as vacinas oferecem "esperança": segundo o governo do Reino Unido, vacinas já foram disponibilizadas no país para todas as pessoas com mais de 60 anos, além de profissionais de saúde.

Segundo Van-Tam, disse que "nenhuma vacina nunca foi" 100% eficaz. Portanto, segundo o especialista, não há garantia de proteção.

É possível contrair o vírus no período de duas a três semanas após receber uma injeção, disse ele.

Também segundo o médico, é "melhor" esperar "pelo menos três semanas" para que uma resposta imunológica se desenvolva totalmente em pessoas mais velhas.

"Mesmo depois de receber as duas doses da vacina, você ainda pode passar a covid-19 a outra pessoa e as cadeias de transmissão continuarão acontecendo", escreveu o professor Van-Tam.

"Se você mudar seu comportamento, ainda poderá espalhar o vírus, manter o número de casos elevado e colocar em risco outras pessoas que também precisam da vacina, mas estão mais atrás na fila."

Intervalo entre doses

Nesta semana, médicos pediram às autoridades de saúde na Inglaterra que reduzissem o intervalo entre a primeira e a segunda doses da vacina Pfizer-BioNTech.

O intervalo máximo foi estendido pelo governo de 3 para 12 semanas. O objetivo era garantir que mais pessoas recebessem a primeira dose com maiss velocidade em todo o Reino Unido.

Mas a Associação Médica Britânica disse que é "difícil de justificar" esta política e defendeu que a diferença seja reduzida a seis semanas. O presidente da associação, Chaand Nagpaul, disse à BBC que há "preocupações crescentes" de que a vacina possa se tornar menos eficaz com doses de 12 semanas de intervalo.

O vice-diretor médico do governo inglês respondeu às críticas com uma pergunta.

"Aqueles que estão no grupo de risco devem ter acesso mais lento à sua primeira dose para que alguém que já tenha tomado uma dose (e, portanto, a maior parte da proteção) possa obter a segunda?"

Quase 37% de vacinados

Mais de 25 milhões de pessoas no Reino Unido receberam sua primeira dose de uma vacina, de acordo com dados oficiais do governo sobre o coronavírus.

Há mais de 50 locais de vacinação em massa em toda a Inglaterra, além de 70 farmácias, mais de mil consultórios de clínica geral e 250 hospitais, que também oferecem a vacina.

Uma das principais preocupações do governo liderado pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, é com as novas variantes do coronavírus, descobertas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil, que podem infectar mais, e por extensão matar mais, do que as linhagens já conhecidas, de acordo com novas evidências científicas que estão surgindo.

Os dados foram coletados e analisados por pesquisadores do NERVTAG (sigla em inglês para Grupo de Aconselhamento para Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes), que repassou as informações para o governo.

Uma das novas cepas surgiu em setembro no interior do Reino Unido, foi identificada em dezembro e, desde então, se tornou a principal versão do vírus na Inglaterra e na Irlanda do Norte ? e se alastrou para dezenas de países.

"Além de se espalhar mais rápido, agora parece que há evidências de que a nova variante pode estar associada com uma taxa maior de mortalidade", disse o primeiro-ministro.


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