Índia iniciará exportações de vacinas contra Covid-19 na quarta-feira
Por Sanjeev Miglani
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia vai começar as exportações de vacinas contra Covid-19 na quarta-feira, abrindo caminho para que muitos países de baixa e média rendas garantam o fornecimento da vacina de Oxford/AstraZeneca, de fácil armazenamento, que deverá ter milhões de doses embarcadas pelos indianos dentro de dias.
O Instituto Serum (SII, na sigla em inglês), maior produtor mundial de vacinas, disse à Reuters na semana passada que esperava para breve uma autorização para uso emergencial da vacina por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS). O SII teve licenciamento para produzir o imunizante.
O Ministério das Relações Exteriores da Índia afirmou que as exportações terão início na quarta-feira, após pedidos de "países vizinhos e importantes parceiros". Segundo autoridades, as primeiras doses irão para o Butão e Maldivas.
Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seicheles também receberão doses nesta semana, na primeira fase dos embarques, disse o ministério.
O Ministério das Relações Exteriores de Bangladesh afirmou que espera receber um presente de dois milhões de doses na quinta-feira. O país, que possui 160 milhões de habitantes e ainda não iniciou seu programa de vacinação, encomendou mais 30 milhões de doses, de acordo com autoridades.
Até agora, a imensa maioria da produção das três vacinas contra Covid-19 aprovadas de forma ampla no mundo foi absorvida pelas nações desenvolvidas, gerando preocupações na OMS e outras entidades de que os países mais pobres possam enfrentar uma longa espera pelos suprimentos.
A vacina de Oxford/AstraZeneca é vista amplamente como a melhor chance desses países, pois as outras duas --fabricadas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna-- precisam ser armazenadas a temperaturas muito baixas.
A autorização da OMS para a vacina de Oxford/AstraZeneca também permitirá que o Serum comece a fornecer para a iniciativa Covax, da OMS, que visa uma distribuição igualitária de vacinas contra Covid-19 ao redor do mundo.
A Índia, que possui o segundo maior número de casos de coronavírus do mundo, disse que precisa equilibrar suas necessidades domésticas com as demandas internacionais.
O país começou a vacinar no sábado seus profissionais de saúde com o imunizante Oxford/AstraZeneca, assim como um outro desenvolvido pela Bharat Biotech.
A Índia pretende começar a exportar a vacina da Bharat em um segundo momento.
O Ministério das Relações Exteriores indiano disse que o fornecimento da vacina de Oxford/AstraZeneca para Sri Lanka, Afeganistão e Maurício começará assim que os órgãos reguladores desses países liberarem o imunizante.
O Paquistão é o único de seus vizinhos para o qual a Índia não pretende enviar doses de vacinas. Uma fonte governamental em Nova Délhi afirmou, além disso, que não houve pedidos paquistaneses para que isso ocorra.
O governo brasileiro chegou a preparar um avião para buscar 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca na Índia, que seriam exportadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e usadas no início da vacinação no país, mas o voo acabou sendo cancelado.
"A entrega dos imunizantes ao Brasil passa por fase de licenciamento aduaneiro, tal como a autorização de exportação", disse o Ministério da Saúde brasileiro em nota nesta terça.
"O governo federal está em contato constante com as autoridades indianas para acelerar, no que for possível, esse processo e trazer as vacinas para o país o mais rápido possível", acrescentou.
Além disso, clínicas privadas de vacinação também têm acordo para comprar 5 milhões de doses da vacina da Bharat uma vez que o imunizante obtenha registro definitivo junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
(Reportagem de Sanjeev Miglani, reportagem adicional de Ruma Paul em Dhaka)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.