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Lisboa inaugura Web Summit 2020 totalmente virtual e com poucos brasileiros

02/12/2020 08h23

O grande encontro mundial da tecnologia, o Web Summit, começa nesta quarta-feira (2) em Lisboa. Neste ano, devido à pandemia de Covid-19, o evento vai reunir em uma versão totalmente virtual cerca de 100 mil participantes de mais de 150 países. Poucas empresas brasileiras participam desta edição.

Adriana Niemeyer, correspondente da RFI em Lisboa

O slogan do grande encontro mundial da tecnologia não poderia ser mais ilustrativo: "Web Summit 2020 este ano em sua casa!". Segundo a organização, somente através deste formato um evento poderia reunir dezenas de milhares de pessoas do mundo inteiro em plena pandemia de Covid-19. 

Desta versão totalmente virtual do Web Summit participam os maiores nomes da tecnologia mundial, como o fundador da Wikipedia, Jimmy Wales; o presidente da Microsoft, Brad Smith; o fundador do Zoom, Eric Yuan e o executivo da Huawei Laing Hua. Um dos nomes mais aguardados do encontro é Tim Berners Lee, inventor da World Wide Web, que vai falar sobre o seu novo projeto de democratização da internet na Inrupt, da qual é cofundador. 

Para os moradores da capital portuguesa, acostumados desde 2016 a receber milhares de pessoas de todas as partes do planeta para o Web Summit, essa edição do encontro é um pouco triste. Além de referência no mundo da tecnologia, o evento também era mais uma janela importante para a economia e o turismo em Lisboa.

Polêmica no financiamento do Web Summit 2020

A administração da capital portuguesa destinou € 11 milhões ao Web Summit 2020, um montante previsto no contrato de 10 anos, assinado em 2018, para que o evento permanecesse na cidade. No entanto, o orçamento não foi adaptado para o formato on-line do encontro devido à pandemia de Covid-19. O prefeito de Lisboa, Fernando Medina, está sendo muito criticado pelo valor que repassou à organização, que esse ano teria um custo menor por ser virtual.

Para muitos portugueses, esse valor poderia ser utilizado para ajudar os cidadãos que perderam seus empregos ou tiveram seus negócios prejudicados pela crise sanitária. Em editorial, o jornal Público classificou o orçamento do evento de "indigno".

O idealizador e organizador do Web Summit, Paddy Cosgrave, não vai gastar nenhum centavo com a logística em Portugal e os participantes do encontro não vão deixar um único euro na capital. No entanto, segundo Cosgrave, essa discussão é apenas "uma questão política" entre os portugueses. 

Além do valor repassado pela administração de Lisboa, os organizadores devem lucrar cerca de € 30 milhões com o evento. O acesso à plataforma on-line da Web Summit 2020 custa entre € 99 a € 999 euros. No entanto, nenhum montante voltará para os cofres da capital.

Recorde de participantes

A edição de 2020 do Web Summit tem a participação recorde de mais de 2.500 startups, 1.250 investidores, mais de 800 oradores de 150 países, além de mais de 2.500 jornalistas que irão cobrir o evento.

Na lista de representantes brasileiros no evento, estão o ex-jogador de futebol Gilberto Silva, e os empresários Cristina Junqueira, da fintech Nubank, Florian Hagenbuch, da startup Loft e Andre Penha, da QuintoAndar. Além deles, cerca de 30 startups brasileiras irão participar do encontro, com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), da Embaixada do Brasil em Lisboa e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira.

A participação é relativamente tímida nesta edição. Em 2019, mais de 140 startups do Brasil estavam presentes no evento.

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